Festa movimentou a cidade durante quatro dias
Os quatro dias de Expofesta levaram aproximadamente 30 mil pessoas para Brochier. A 14ª edição da festa brochiense encerrou-se no domingo, 16, com o show nacional de Maiara e Maraísa. Além a dupla sertaneja, o tradicional rodeio crioulo e outras atrações movimentaram a Capital do Carvão Vegetal de quinta-feira, 13, até a noite de domingo.
Na avaliação do presidente da 14ª Expofesta, Gilberto Büttenbender, a Expofesta teve uma edição especial. “A Expofesta 2023 foi, sem dúvida, a maior festa de todos os tempos, em todos os sentidos. O público foi ótimo, superando as expectativas”, ressaltou.
Momento esperado por um grande público, o show de Maiara e Maraísa iniciou por volta das 20h30min de domingo. Embalando um grande público vindo de diversas cidades gaúchas, as cantoras cantaram clássicos, como “Aí eu bebo”, novos trabalhos, como “A culpa é nossa” – que foi cantada como um coral pelo público iluminado por milhares de lanternas de celulares –, e ainda “Querência amada”, de Teixeirinha.
Foi mais de uma hora e meia de grandes sucessos, interação com o público e show pirotécnico e de luzes. Para fechar a festa em Brochier, a Super Banda K’necus realizou o baile de encerramento.
Maiara e Maraísa levaram a Brochier não apenas pessoas de diversos cantos do Estado, mas de diversas idades. Exemplo disso são Sofia Birk e Cecília Bastos, nove anos. Moradoras de Montenegro, elas se conheceram enquanto aguardavam o show e já formaram uma grande amizade que encantou as famílias das duas.
Enquanto que Sofia aguardava desde janeiro pelo show, Cecília ficou sabendo de surpresa que veria Maiara e Maraísa de perto após ter ganhado um ingresso de presente de sua tia e madrinha. “Eu amo muito elas”, garantiu Cecília. “Eu também”, emendou Sofia.
Vinda da Capital, Cláudia Helena Monteiro disse que acompanha o trabalho da dupla há anos. “Sou fã desde a época da Patroas – que era o trio delas com a Marília Mendonça”, disse. Em Brochier, ela assistiu Maiara e Maraísa ao vivo pela segunda vez. “É sempre um prazer prestigiar elas, gosto muito”. A fã também gostou de conhecer Brochier. “Achei a cidade muito bonita. Inclusive, o caminho de Porto Alegre até aqui é muito bonito”, afirmou.
Rodeio crioulo teve mais de 10 mil tiros de laço
Com diversos grupos acampados, a campeira do Parque da Expofesta transformou-se num novo bairro brochiense. Segundo organizadores, quatro mil pessoas acamparam no lugar. Além disso, foram 137 equipes participando das provas, resultando mais de 10 mil tiros de laço. “A festa foi sucesso total em todos os sentidos. Só temos a agradecer a todo que aqui estiveram e todos que ajudaram a organizar esta grande festa”, disse o patrão do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Rincão dos Brochier, Normélio Machado.
Entre os acampados estavam Giovani Rosa de Fraga e outras 14 pessoas vindas de Glorinha. “É um rodeio bem organizado. O pessoal é gente boa e trata bem a gente que vem de fora”, destacou o laçador. Giovani também salientou que o rodeio conta com bom gado e boa premiação. Além disso, com a realização da Expofesta, o grupo também aproveitou as atrações e exposições presentes.
Quem também aproveitou a Expofesta para além do rodeio crioulo foi a família Romio, de Garibaldi. Ficando de responsável pelo acampamento enquanto os filhos Willian e Rafael laçam, o casal Roberto e Sandra Romio afirmou que o rodeio proporciona momentos em família e também a criação de novas amizades. “Aqui é um lugar bom. Os guris gostam de laçar aqui”, reforçaram.
Oportunidade de mostrar Brochier
A 14ª Expofesta e o grande público que por ela passou mostrou-se uma ótima oportunidade para Brochier e seus negócios se apresentarem. Oportunidade essa aproveitada pela Associação de Fruticultores da Agricultura Familiar de Brochier, a BrochierCitros. A entidade levou à festa seus sucos e teve ótima aceitação.
“A feira, como um todo, está sendo bastante interessante, com bastante movimento e está sendo dentro das nossas expectativas”, destacou o tesoureiro da BrochierCitros, Leonardo Schneider. Ele ressaltou que o grupo trabalha há três anos com a produção de sucos. “Estamos melhorando e certificando os produtos”, ressaltou. Aos visitantes, eles apresentavam como opção sucos de laranja, bergamota, maracujá e uva produzidos em agroindústria própria. Havia, ainda, a comercialização de frutas da época.
Outra atração foi a feira de produtos coloniais e de artesanato. Integrante do grupo Vivendo a Arte, Léria Fetzner disse que o movimento maior foi no sábado e no domingo. “O pessoal vai mais nas coisas de comida, mas artesanato eles também compraram”, analisou. Na avaliação dela, a Expofesta trouxe, no geral, um bom retorno às artesãs.
Seminário sobre carvão vegetal fez parte da programação
Na sexta-feira, 14, no Centro Comunitário Católico de Brochier, produtores, empacotadores e outros atores da cadeia produtiva do carvão vegetal participaram do IV Seminário Regional sobre Produção Sustentável do Carvão Vegetal. Os presentes debateram sobre temas como o Cadastro Florestal, o sistema de produção e perspectivas do carvão vegetal no Brasil, as espécies florestais com potencial para a produção de carvão vegetal, o manejo de sistema silvipastoril, o panorama florestal e perspectivas do setor e o aprimoramento de regras de produção.
A doutora em engenharia de produção Sueli Miranda Santos foi uma das palestrantes. Vinda de Taubaté, São Paulo, e ligada à Universidade Técnica Federal do Paraná, ela lembrou que esteve em Brochier para realizar pesquisa para o seu mestrado e o seu doutorado. Nesta sexta-feira, a pesquisadora compartilhou um pouco do seu conhecimento.
“A intenção é mostrar como está o ‘estado da arte’ dos sistemas produtivos de carvão vegetal, o que tem sido feito de modernização e de melhoria de processos para que o produtor ganhe mais dinheiro, para que ele tenha possibilidade de aproveitar melhor a matéria-prima dele”, explicou sobre o objetivo da sua palestra. Ela enfatizou que buscou apresentar práticas simples que podem ajudar a melhorar a produtividade.