Executivo quer acelerar restauro do prédio tombado do seminário

Construção sofre degradação enquanto Prefeitura e Iphae debatem reparos

Imponente, a construção de 1901 que abrigou durante anos o Seminário São José sofre com a ação do tempo enquanto o Executivo, junto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), trabalha para viabilizar seu restauro e reforma. Recentemente, uma parte do telhado desabou, mostrando a a situação de fragilidade em que se encontra o prédio histórico e como o restauro e a reforma são urgentes. Após encaminhar ao órgão estadual uma proposta de intervenção para a construção tombada em 2013 e receber uma resposta, a Administração Municipal busca agora atender aos pedidos feitos pelo Iphae.

Interior deve ser restaurado e reformado
CRÉDITO: Divulgação/Iphae

De acordo com o órgão estadual, no documento encaminhado por Pareci Novo foi apresentada a proposta de intervenções para o prédio, composta por plantas baixas e acompanhada de relação de condicionantes para o restauro. Na visão do Iphae, a proposta foi bastante sucinta, por isso foi requisitado um memorial justificativo sobre a intenção de novo uso a ser proposto para a ocupação do imóvel, acompanhado de esboços do projeto, levantamento cadastral com as características físicas e geométricas da edificação, um diagnóstico que terá como objetivo conhecer e analisar a edificação sob os aspectos históricos, estéticos, artísticos, formais e técnicos e também um anteprojeto e projeto executivo.

De acordo com o prefeito Oregino Francisco, o trabalho em cima da reforma e restauro do Seminário São José é bastante delicado. “É um trabalho técnico, com profissionais habilitados, no qual estamos agindo com os pés no chão”, afirma. Conforme o chefe do Executivo, a principal questão a ser analisada é em quais pontos ocorrerá restauro, ou seja, onde serão mantidas as características originais e onde haverá reformas. “E algumas reformas são exigidas porque não tem como ficar banheirinhos e quartos de três por três metros”, aponta o prefeito.

A intenção da Prefeitura quando os trâmites junto ao Iphae forem concluídos é lançar um edital onde serão especificadas as condições da obra a ser realizada. “Quem for o vencedor do edital terá um prazo para fazer esse trabalho de reforma e restauro. A Prefeitura ficará com uma parte como contrapartida e o restante a iniciativa privada abraça”, explica. Oregino destaca que esta é uma forma de evitar um elefante branco de alto custo de manutenção. “Esse trabalho que está sendo feito gera emprego e gera renda”, salienta.

A degradação preocupa

Céu à vista: mais uma parte do teto do patrimônio histórico caiu recentemente

Nesse processo todo, o que deixa Oregino angustiado é a degradação que o seminário sofre enquanto os trâmites legais avançam vagarosamente. “Por isso, o Iphae tem acelerado essa questão toda para nós darmos a viabilidade o mais rápido possível, antes que se torne praticamente impossível restaurar porque os prejuízos seriam grandes demais”, garante. Responsável pela compra do prédio por parte do Município em 2006, o prefeito promete tomar atitudes para responsabilizar quem ele considera culpado pelo descaso com o prédio.

“Quando eu saí do poder, em 2012, as janelas estavam fechadas e ele (o prédio) estava intacto. A degradação aconteceu pelo abandono e pelo descaso da gestão anterior”, acusa. O chefe do Executivo de Pareci Novo afirma ainda que levará o caso ao Ministério Público para responsabilizar quem, para ele, não teve os cuidados necessários com o prédio, fazendo a construção histórica chegar na situação em que se encontra hoje.

O ex-prefeito de Pareci Novo e atual secretário de Administração de Montenegro, Rafael Antônio Riffel, diz que o problema da degradação é antigo. “O próprio Oregino esteve por oito anos à frente da Prefeitura e não conseguiu fazer nada (em relação à degradação)”, comenta. Ele diz ainda que, na sua gestão, foi feito o isolamento da área do prédio para impedir a ação de vândalos ou invasões. “Também tentamos aprovar projetos para a captação de recursos”, garante. Essas tentativas foram feitas junto ao Estado e à União. Rafael aponta ainda que a recuperação do seminário é um investimento muito alto, impossível de o Município realizar sem recursos de fora.

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