Ex-prefeito Luiz Américo Alves Aldana morre aos 63 anos

PARAGUAIO foi vítima de um infarto. Ele deixa três filhas

O ex-prefeito Luiz Américo Alves Aldana faleceu nesse domingo, 31 de outubro de 2021, vítima de um infarto. “Paraguaio”, como ele era conhecido, estava morando em São Roque de Minas, Minas Gerais, onde era titular de um cartório. Porém, estava em Montenegro há cerca de um mês, na residência da ex-esposa, para rever familiares e cuidar da saúde, pois tem os médicos aqui. Ele faleceu nessa casa.

Segunda a filha, Rosa Maria Aldana, de 33 anos, o pai fazia acompanhamento com um cardiologista, pelo menos desde 2015. “Em princípio, o coração estava bem”, conta. O ex-prefeito foi encontrado sem vida no fim da tarde; segundo o médico do Samu, poucas horas após o falecimento. O velório ocorreu na Funerária Forneck Mattana, no bairro Cinco de Maio, durante toda a segunda-feira. A cerimônia de cremação foi no início da noite, em Novo Hamburgo.

Aldana tinha 63 anos de idade. É natural de São Gabriel, mas chegou a Montenegro já em 1973. “Ele era um idealista, um eterno otimista que romantizava o mundo”, lembra, com carinho, a filha mais nova, Maria Luíza Aldana, de 27 anos. Ela e Rosa têm mais uma irmã, Maria Amália, de 37. “Ele era uma pessoa amorosa, o que nos marcou muito. Ele fez o melhor que ele podia sempre; e se relacionava com todas as pessoas. Isso, ele trouxe muito pra nós”, completa a caçula.

Na despedida do pai, a família fez questão de vestir o ex-prefeito com seu terno de linho branco e o chapéu; tão característicos da figura de “Paraguaio”. Conta Rosa Maria que foi em meados de 2010, quando Aldana estava em viagens pela América Latina, envolvido com os estudos do doutorado, que ele conheceu o chapéu. O viu como uma identificação de suas origens. “Ele gostou muito do estilo e, naturalmente, foi incorporando aquilo. Lançou moda”, completa Maria Luíza.

Já do famoso apelido, em referência ao país vizinho, a família lembra que ele remete aos avós do ex-prefeito, que eram do Paraguai. O pai de Aldana, por isso, já é chamado por muitos de “Paraguaio”; e o apelido, naturalmente, foi herdado pelo político.

Para além do nome, dos trajes e das lições, as filhas ainda recordam a forte relação do pai com as Artes, especialmente a música. Desde muito novo, Luiz Américo já cantava. Participou de CD’s como intérprete de diversas músicas, fez composições próprias e também ajudou a organizar eventos musicais e artísticos de incentivo ao setor. “Ele sabia do poder da Arte na sociedade e gostava muito disso. Para ele, era muito importante incentivar”, lembra Rosa Maria.

O chapéu tornou-se um
dos símbolos de Aldana

Morte de “Paraguaio” gerou repercussão
Ainda no domingo, o prefeito Gustavo Zanatta decretou luto oficial de três dias pelo falecimento. Disse lamentar profundamente a morte de Aldana e declarou seus sentimentos aos familiares e amigos. A Câmara de Vereadores, representada pelo presidente Juarez Vieira da Silva (PTB), também emitiu nota de pesar lamentando o ocorrido. Nas redes sociais, foram várias as mensagens de solidariedade. Dentre elas, a de Luiz Azeredo, que foi secretário de Saúde durante o Governo Aldana. “Meu grande amigo que eu tinha um carinho especial, jamais esquecerei as oportunidades que me deu”, escreveu.

Rogério Santos, coordenador da Cufa Montenegro, lembrou do papel de Luiz Américo em apoio à entidade. “A chegada da Cufa na cidade de Montenegro foi cercada de realizações, também por conta da sensibilidade social e humana dele. Inclusive, Aldana foi um dos apoiadores e incentivadores de ações como o Cine Perifa, projeto responsável pela transformação da vida de muitas crianças e jovens de Montenegro e de toda a região”, escreveu nas redes sociais.

O vereador Valdeci Castro (Republicanos) também fez a sua despedida. “Eu nunca vou esquecer dessa parceria que eu tinha com ele”, declarou ao Ibiá. O parlamentar lembrou que, enquanto trabalhava na Prefeitura durante o Governo Paulo Azeredo, foi Aldana que viu seu potencial e, quando assumiu o Executivo, o convidou para dirigir o Departamento de Estradas. Foi Luiz Américo, também, que o incentivou a se filiar e concorrer ao Legislativo. “Foi ele quem me chamou para a Política e, ao meu ver, o que marcou nele foi a honestidade”, declarou. “Ele que me convenceu a concorrer da 1ª vez. Eu o defendi (no processo de cassação enfrentado por Aldana) e ainda defendo. Até porque, não provaram nada até hoje”.

Eleito pela maioria, Luiz Américo tomou posse como prefeito de Montenegro em 2017

Luiz Américo tinha formação acadêmica em Ciências Sociais e Jurídicas. Foi presidente do Conselho Municipal de Educação e secretário municipal de Educação. Foi eleito vice-prefeito da cidade ao lado de Paulo Azeredo entre 2013 e 2015, quando assumiu a chefia do Executivo, em maio, com a cassação do titular. “Paraguaio”, então, foi reeleito prefeito; comandando o Município até agosto de 2017, quando também teve o mandato cassado em meio a desdobramentos da Operação Ibiaçá.

No âmbito da operação, ele respondia, ao lado de outras pessoas, por acusações de fraude ao caráter competitivo de licitação, peculato e corrupção; dentre outros. As investigações, feitas pelo Ministério Público, foram resultado de denúncias feitas em 2016 e apontaram o que seria uma organização criminosa operando na Prefeitura. Aldana sempre negou o envolvimento. As denúncias oferecidas ainda seguem tramitando na Justiça e, até então, não há notícias sobre sentenças.

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