Entre Linha Catarina e Lajeadinho, estrada está praticamente intransitável
“Chegou ao do cúmulo”, afirma Gediel Griebeler, morador da localidade de Linha Catarina. Na segunda-feira, o transporte escolar de suas filhas foi suspenso porque os motoristas já não conseguiam trafegar pelas estradas em péssimo estado. Ali, a van que prestava o serviço acabou com uma mola quebrada e o pneu cortado ao passar pelos inúmeros buracos. Ontem, Gediel levou suas meninas de trator para a escola.
São cerca de cinco quilômetros entre a casa dos Griebeler e a EMEF Bárbara Heleodora, em Lajeadinho, onde estudam as filhas – uma de seis e outra de 10 anos de idade. Elas estão, respectivamente, no primeiro e no quinto ano do Ensino Fundamental. Gediel conta que soube da suspensão do transporte escolar já na segunda-feira e não tira a razão dos motoristas. “Eu dou todo o meu apoio ao pessoal do transporte. Imagina a manutenção dessa van? O que eles ganham vai tudo para a oficina”, coloca.
Na segunda, já sem o transporte, o pai levou as filhas com o veículo de passeio da família. A dificuldade no tráfego foi grande. “É pedra, é buraco, é mato. Dois carros nem passam ao mesmo tempo na estrada”, conta. Na terça, um vizinho, também prejudicado pela situação, levou seu filho e deu carona para as de Gediel. Com a precariedade da estrada, o trator pareceu ser a melhor a opção.
Enquanto as crianças se divertiam com o transporte inusitado, o pai lidava com a indignação diante da situação. Já na segunda-feira, ele procurou a Prefeitura e, segundo ele, um funcionário ficou com seu contato para lhe dar algum retorno. Até hoje, nenhum posicionamento foi recebido.
O problema vai além do transporte escolar. “Linha Catarina produz muito frango, leite, carvão. O pessoal que passa tá chiando pelo estado da estrada”, aponta. Quem depende da vinda de insumos, vê o custo de manutenção dos veículos de transporte sendo repassado diretamente no preço de venda. “Não tem condições. A estrada parece que está só piorando.”
Também morador, Cairo Ernesto lembra que ele e vizinhos, por muitas vezes, fizeram o reparo da via por conta própria, limpando valetas e cortando galhos. “Não tem como a gente seguir com trator, arrumando, como a gente tava fazendo”, ressalta. Ele conta que a situação vem de anos e que já procurou vereadores e secretários em busca de melhorias. O que acontece, no entanto, é o contrário. A estrada só parece piorar.
Contatada, a Prefeitura reconheceu que o trecho sofreu danos, em virtude das chuvas dos últimos dias. “A Administração Municipal está programada para promover intervenções no local já nesta sexta-feira, momento em que a estrada deve apresentar condições técnicas para receber manutenção com máquinas”, colocou a Asessoria de Comunicação. Não houve posicionamento sobre a volta do serviço de transporte escolar.