Ensino. Alunos que buscam aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio tentam recuperar tempo perdido
A poucos dias das férias de inverno na rede de ensino, a Escola Técnica São João Batista dá início as primeiras aulas de Física deste ano para o Ensino Médio. Em maio, a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) liberou a contratação de três professores para a instituição de ensino. Cerca de 70% dos alunos do Ensino Médio estavam sem aulas de Língua Portuguesa/Literatura, Física e Biologia desde o início do ano letivo de 2017. “Os primeiros começaram a apresentar documentação na CRE em maio e os últimos chegaram há cerca de 15 dias”, relata a diretora, Valéria Rodrigues Graça.
Entre os alunos, a ansiedade diminuiu com a chegada dos novos educadores, mas ainda existem preocupações. A estudante Jeniffer de Sá, 17 anos, é aluna do segundo ano do Ensino Médio e aponta que há incertezas quanto ao segundo semestre letivo. “Não sabemos ainda como vai se dar a recuperação das aulas. Se for à tarde, por exemplo, há colegas que trabalham”, destaca a jovem. Ela afirma que pela falta das aulas de Português, todos estão correndo atrás do tempo perdido. “Nossa turma rodou em Linguagens pela falta de professor. Ao menos a partir de agora vamos ter aulas”, aponta Jenifer.
Tanto na turma dela, como entre os formandos do Ensino Médio, há preocupações também com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em que o Português tem peso decisivo na nota final. Alguns chegaram a formar grupos de estudo para driblar a falta de professores no primeiro semestre.
Outras demandas na escola
A dificuldade da Escola São João no momento é efetivar todos os dados no sistema on-line da Secretaria de Educação. “A gente pede paciência aos pais, pois boletins e históricos ainda são emitidos com problemas”, aponta. Também falta professor de Eletrônica para o curso de Eletrotécnica.
“Precisamos desse professor para o turno da manhã, mas os profissionais da área costumam trabalhar na iniciativa privada nesse turno, o que dificulta a contratação”, diz. No segundo semestre haverá novo impasse, pois uma professora de Língua Portuguesa entrará em licença-maternidade.
Entenda o caso
Na primeira quinzena de maio, pais e alunos, preocupados com a falta de docentes, se mobilizaram em busca de providências. A partir dessas demandas, houve a necessidade de ajustes de dados e informações da escola que estavam desatualizados no sistema de controle escolar da 2ª CRE. O maior problema se dá em razão de diversas incompactibilidades do sistema on-line da Secretaria Estadual da Educação, com a forma de gerenciamento da escola. Depois de reuniões entre a direção da escola e a Coordenaria Regional, houve a regularização de dados e as contratações passaram a ser liberadas.
Os alunos da instituição terão férias entre os dias 20 e 30 de julho.