Estado: crime organizado movimentou cerca de R$ 678 milhões com o cigarro ilícito

A ilegalidade respondeu por 36% de todos os cigarros consumidos no Rio Grande do Sul, em 2021, conforme revela pesquisa realizada pelo Ipec Inteligência e divulgada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). O número mostra uma tendência de crescimento, já que em 2020 esse índice era de 33%. Ao considerar toda a região Sul, incluindo os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, a pesquisa aponta que quase metade (46%) dos cigarros consumidos é de origem ilegal.

Uma das causas para esse crescimento é o enfraquecimento da pandemia de Covid-19. Com o retorno das pessoas às suas rotinas, as atividades econômicas também começam a voltar à normalidade — inclusive as ilegais, como o contrabando e o crime organizado.

 

Perda do Estado com arrecadação é de R 244 milhões

Dados da Receita Federal mostram que o cigarro ilegal representa 66% dos produtos apreendidos no Rio Grande do Sul. Foram mais de 12 milhões de maços de cigarros apreendidos — o equivalente a mais de R 61 milhões. As organizações criminosas movimentaram cerca de R 678 milhões com a venda do produto no estado em 2021. Somente em ICMS, o Rio Grande do Sul deixou de arrecadar R 244 milhões. O imposto é justamente uma das principais fontes de receita do estado para o desenvolvimento de políticas públicas sociais para educação, saúde e segurança.

A principal marca ilegal no mercado gaúcho é a paraguaia Classic, responsável por 8% do mercado, seguida das também contrabandeadas, Gift (7%) e Bill (6%).

Cenário nacional

O caso do Rio Grande do Sul é apenas um reflexo da dificuldade brasileira em combater o contrabando. A mesma pesquisa Ipec estima que o mercado ilegal de cigarros causou ao país uma sonegação fiscal de R 10,2 bilhões somente em 2021 — na soma dos últimos 10 anos, essa quantia chega a R 86 bilhões.

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