O surgimento da energia elétrica impulsionou o desenvolvimento ao favorecer a criação de vários recursos de maquinário e eletroeletrônicos que facilitam as atividades, além de ser usada pela sua função mais comum, a de iluminar. A conscientização ambiental, a necessidade de preservação de recursos naturais, no entanto, levam a busca constante por alternativas sustentáveis para geração de energia elétrica, bem como para redução no consumo.
Neste sentido, o projeto da quarta etapa de restauração do complexo da Estação da Cultura inclui a implantação de sistema solar fotovoltaico. Nessa etapa será recuperada a antiga casa do “chefe da Estação Ferroviária”, localizada ao fundo do pátio do complexo, próxima à pracinha infantil.
A vice-presidente da Entidade de Filantropia Cultura e Arte (Efica), Rosani Brochier Nicoli, acrescenta que todo o projeto de restauração e de instalação de sistema de geração de energia está orçado em R$ 705.000,00, dos quais R$ 133.500,00 são referentes aos equipamentos e mão de obra desta implantação.
“As placas serão instaladas diretamente no telhado, com estrutura de suporte metálica com configuração padrão, atendendo as devidas normas de engenharia”, complementa. Tendo em vista que a instalação deverá ser realizada em local sem interferência de sombras, a previsão é que sejam colocadas no prédio principal do complexo, que abriga o Museu de Artes de Montenegro, ou no Prédio 2, onde antigamente funcionava os escritórios e telégrafo da extinta estação ferroviária e, hoje, ocorrem reuniões, palestras e oficinas. Ela explica que a decisão do lugar para colocação das placas ainda será definida pelos técnicos.
A estimativa é que com adoção desse sistema, a Estação da Cultura terá economia de 98% em seu consumo total de energia. Rosani observa que a Efica, em parceria com a Administração Pública, trabalha de forma voluntária na recuperação de espaços de lazer e cultura para a comunidade. “Mas não podemos desvincular estes espaços ao ‘grito’ de nosso meio ambiente para questões de preservação e sustentabilidade”, afirma.
Desta forma, já na terceira etapa, inaugurada no ano passado, quando houve a reconstrução do espaço onde funcionava o antigo restaurante da estação, foram instalados, no subsolo, reservatórios com capacidade para 12 mil litros para armazenar água da chuva, utilizada nos sanitários e limpeza do complexo. Ela acrescenta que a adoção de energia solar dá continuidade a essas medidas visando a sustentabilidade. Rosani salienta o apoio da empresa Braskem na continuidade dos projetos junto à Estação da Cultura.
Unisc inclui Montenegro nos investimentos em sustentabilidade energética
O uso da energia solar e a utilização de equipamentos mais eficientes estão entre os investimentos da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) que visa sustentabilidade energética. Segundo o engenheiro eletricista Fabiano Santos Ferreira, gestor da área elétrica da instituição, as ações iniciaram em 2012 quando foram instaladas placas fotovoltaicas junto à praça da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc), na sede da Unisc. Este sistema é capaz de atender a toda necessidade de iluminação do local.
Em 2015 foram instalados 110 painéis fotovoltaicos junto à fachada do Bloco 35, onde até o momento já produziu 42.381 quilowatts-hora (kWh). Além da geração de energia, a instituição conta com sistema de automação em toda a iluminação do estacionamento, desligando parte da iluminação em horários onde não se tem fluxo de pessoas e automóveis, proporcionando uma economia de energia em torno de 30% comparado a um sistema normal. Para atender o conforto térmico nos ambientes, estão sendo instalados Splits tipo Inverter ou centrais de refrigeração tipo VRF que proporcionam uma economia de energia em torno de 20% comparado aos sistemas convencionais e utilizam fluido refrigerante ecológico, que não agridem a camada de ozônio. Medidas similares a estas serão implantadas no campus de Montenegro em médio prazo.
O gestor da área ambiental da Unisc, engenheiro Fabricio Weiss, acrescenta que essa primeira etapa na busca de eficiência energética serviu para despertar as questões envolvendo a economia financeira pela redução no valor da conta de energia elétrica e o uso de tecnologias sustentáveis. Ele menciona ainda a educação ambiental promovida pelo exemplo de inovação tecnológica utilizada.
Ferreira acrescenta que a Unisc migrou para o mercado livre de energia, comprando sua energia de fontes renováveis – como solar e eólica -, evitando a aquisição de energia produzida por termoelétricas, que além de serem mais caras prejudicam o meio ambiente. Conforme divulgado pela instituição, apenas um ano após essa migração os resultados já apareceram, gerando, além da economia, benefícios ambientais equivalentes à redução de 237,17 toneladas de gazes causadores do efeito estufa, o que significa o plantio e cuidados por 20 anos de 6.553 árvores.
Na segunda etapa, a Unisc firmou parceria com a Solar Green, por um período de cinco anos, visando elaborar estudos de viabilização técnica e econômica, implantação de medição e verificação, substituição de equipamentos por outros de maior eficiência energética e instalação de geradores fotovoltaicos. O diretor da empresa, o engenheiro Paulo Farah, destaca que com a implantação da segunda etapa do projeto de eficiência energética, a Unisc terá uma redução mínima de 262.420 kWh anuais, o que equivale ao consumo de aproximadamente 110 residências populares.
Ferreira explica que o projeto está na terceira etapa, com a substituição de lâmpadas fluorescentes por de LED, o que já ocorre tanto em Santa Cruz do Sul como em Montenegro. A quarta etapa será a implantação de placas fotovoltaicas no prédio do campus de Montenegro.
Mais economia com a redução no consumo e menos danos ambientais
“Além do ganho com a redução do consumo, as despesas com material e mão de obra para troca de lâmpadas e luminárias ao longo dos anos têm redução significativa, visto que luminárias LED têm vida útil muito maior”, observa Paulo Farah. “Agregado a isso, existe redução expressiva de custos com o descarte correto das lâmpadas, pois além da maior vida útil, não utilizam mercúrio em sua composição, como ocorrem com as lâmpadas fluorescentes”, explica o engenheiro da Solar Green.
O engenheiro Fabricio Weiss destaca que além de utilizar tecnologia sem mercúrio, a diminuição do consumo e geração própria de energia nesta etapa, se comparadas à geração termoelétrica, evitarão a emissão de 4.776 toneladas de gases de efeito estufa no meio ambiente durante os próximos 25 anos, ou seja, equivalente a mais de 130 mil árvores.
Saiba Mais
Os processos mais usuais de aproveitamento da luz solar: o aproveitamento fotovoltaico (FV), que converte a luz do sol em energia elétrica; o aproveitamento da luz solar por concentração (CSP – Concentrating Solar Power), que produz calor para uso direto ou geração de energia elétrica; e o aproveitamento por meio de coletores, que realizam o aquecimento direto da água e/ou de ambientes a partir da luz do sol. Se houver sobra de energia gerada pelo sistema fotovoltaico, o excedente é armazenado e o consumidor acumula créditos que podem ser abatidos na próxima fatura.
Os custos para implantação variam conforme o tipo de sistema, local e necessidade de consumo. O retorno do investimento é pela redução na fatura mensal do consumidor, além das vantagens ambientais, pois se trata do uso de energia limpa e renovável, oportunizando a redução no uso daquela produzida por hidroelétrica ou termoelétrica, por exemplo.
Fonte: Ministério de Minas e Energia