Um grupo de esposas e mães de detentos na Modulada Agente Penitenciário Jair Fiorin (Pesqueiro) fez protesto e impediu a entrada de visitas nesta quarta-feira, dia 2. A motivação são mudanças impostas pela direção da casa prisional, com limitações de dias de visita e acesso dos filhos, consideradas arbitrarias. A Susepe alerta que as determinações estão em conformidade com Instrução Normativa que entrará em vigor no dia 10, mas podendo ainda atender a realidade de cada cadeia. Um grupo representativo foi recebido pelo diretor Vinicius Cadena, que, todavia, não cedeu em relação as mudanças.
Uma representante das famílias Aline Nunes explica que sempre houve quatro dias de visita, divididos por pavilhões, nas quartas, quintas, sábado e domingo; podendo uma pessoa entrar duas vezes em uma semana, o que somava até oito visitas em um mês. A partir desta semana serão retiradas duas quartas-feiras no mês, alternando entre com visita e outra sem, reduzindo para seis possibilidades de entrada das famílias por mês. As esposas acreditam que acarretará em grande demanda nas quintas-feiras, aumentando o tempo de espera e reduzindo o tempo de permanência com o preso.
Outro fator de revolta envolve o dia único de visita dos filhos, que agora tem limitação de apenas três crianças. “Mas eu tenho cinco filhos! Venho com três e dois ficam em casa chorando”, referiu Aline Nunes. Em relação aos recém nascidos, poderão ser levados (apenas uma vez) após seis meses de vida, e depois novamente ao completar um ano. “Vão tirar o vínculo do pai com o filho”, definiu uma das manifestantes.
As esposas relatam ainda uma série de regras em relação aos vestuários que podem usar, inclusive podendo usar apenas nas cores rosa, amarelo, azul e vermelho. Isso seria devido ao fato da cor preta ser usada pelos agentes penitenciários, assim com a laranja pelos presos trabalhadores.
Entre as esposas que foram recebidas pelo diretor, Aline Casagrande se manifestou a respeito da ressocialização do detento através do amplo contato com suas famílias. Uma das imposições apresentadas seria dos presos estudarem. Todavia, Aline Casagrande vê obstáculos para implementação desta, desde a limitação de 15 lugares na sala até a simples discordância do detento em estudar.
“A maioria não sabe nem ler nem escrever. Vão alfabetizar eles?”, completa. Segundo essa esposa, hoje haveria em torno de 1.800 presos na Modulada de Pesqueiro, dos quais algo como 10% recebe visita, mas serão as famílias destes as penalizadas por conta de toda uma questão interna.
O Jornal Ibiá ainda não recebeu declaração oficial da direção da casa prisional ou da Susepe.