INQUÉRITO. Polícia Civil conclui investigação após prisão da viúva
A Polícia Civil de Sapiranga concluiu o inquérito da investigação do homicídio do comandante do Corpo de Bombeiros de Montenegro, Glaiton Contreira, de 52 anos. Para o delegado responsável pela apuração dos fatos, Fernando Branco, não há dúvidas sobre a autoria do crime, no qual mãe – Ledamaris da Silva Contreira – e filho – Yago Rudinei da Silva Machado – são os principais suspeitos pela morte do oficial. O inquérito foi encaminhado, no início desta semana, ao Poder Judiciário, que se encarregará em dar andamento ao processo.
Ledamaris, de 42 anos, foi presa na tarde dessa segunda-feira, 9, na cidade de Viamão, onde estava hospedada na casa de parentes e encaminhada até a Delegacia de Polícia de Sapiranga. A mulher teve sua prisão preventiva solicitada após cair em contradição durante os depoimentos prestados à polícia. Além disso, relatos de dois parentes, que afirmaram ter sido ela a mandante do crime, e de populares que viram cenas na casa da família, como a saída do jovem enteado da vítima, no dia de seu desaparecimento, reforçaram as suspeitas do delegado. “Tudo isso em conjunto com as mensagens de telefone e ligações que ela efetuou no dia, concluímos que a versão que ela contou no primeiro depoimento dela era mentirosa. Tudo isso em conjunto, nos levou a tomar convicção do envolvimento dela no homicídio do tenente”, relata o delegado.
Diferente de seu filho, que confessou a autoria do crime, a mulher nega ter participado da premeditação do homicídio, diz a autoridade policial. “Ela não confessou, pelo contrário, negou envolvimento e manteve a versão que apresentou no dia da localização do corpo“, sublinha o delegado.
Contudo, para a polícia os fatos estão elucidados e dispensam a confissão de Ledamaris. “O inquérito já foi concluído e remetido ao Judiciário, a Polícia Civil de Sapiranga dá o caso por encerrado”, pontua o delegado.
Pontos apurados na investigação
* Contreira pode ter ingerido um anestésico quando ainda estava em casa. Laudo do Instituto-Geral de Perícia (IGP) vai revelar qual a substância foi dada ao 1º tenente.
* A polícia identificou no celular de Ledamaris uma série de áudios trocados entre ela e o filho mais velho no dia do assassinato, no celular do rapaz, os áudios estavam apagados.
* A polícia identificou que o telefone de Contreira estava em casa até às 19h, horário após sua “saída para caminhar”.
* O cartão de crédito da viúva foi usado para comprar um estilete, o que a polícia suspeita se tratar da arma do crime.
* A não aceitação de mãe e filho com a divisão do imóvel – devido ao processo de separação – onde residia a família e a pensão que receberia a viúva, de cerca de R$12 mil, podem ter motivado o crime.
Relembre o caso
O 1º tenente Glaiton Silva Contreira, de 52 anos de idade – comandante da corporação dos Bombeiros de Montenegro e de Taquari – foi encontrado sem vida na Estrada Travessão Campo Bom, em Sapiranga, cidade onde morava, por volta das 19h do dia 26 de outubro. Horas depois de localizar o corpo, a Polícia Civil chegou ao principal suspeito pelo homicídio, o enteado de Contreira.
Glaiton desapareceu na tarde do domingo, 25, após sair de casa para caminhar. Na segunda-feira, a ausência a um compromisso profissional levou um de seus superiores a procurar a delegacia. Já no final da tarde, a PC localizou o corpo do comandante com marcas de violência.
Após diligências feitas pela equipe da delegacia, o enteado prestou depoimento. Ele foi a última pessoa com quem Contreira teve contato antes de morrer. Conforme o delegado, o depoimento apresentou contradições e, ao ser confrontado, o rapaz acabou confessando a autoria do crime.