Paralisação critica reformas propostas por Eduardo Leite
Após um longo debate sobre as reformas propostas pelo governador Eduardo Leite no serviço público, professores de todo o estado deflagraram greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino. Liderada pelo Cpers/Sindicato nesta segunda-feira, 18, a adesão à paralisação é parcial em algumas escolas de Montenegro e região.
Duramente criticadas, as propostas do governo do Estado atingem principalmente os professores. Além das mudanças no plano de carreira da categoria, elas também impactam nas modificações válidas para todo o funcionalismo, como o fim dos adicionais por tempo de serviço e o corte da incorporação de gratificações na aposentadoria. Para a diretora geral do 5° Núcleo do Cpers, Juliana Kussler, o pacote apresentado pelo governador é o maior ataque à educação já feito por um governo gaúcho. “Esse pacote destroi nosso plano de carreira, fragiliza ainda mais os contratados, cobra previdência dos aposentados e congela o salário de todos por em média 15 anos”, explica a sindicalista. “Se já estamos encontrando dificuldades hoje para trabalhar da forma como está, como faremos após uma década de congelamento?”, questiona.
No primeiro dia de paralisação, das 22 instituições que integram o 5º Núcleo, 10 escolas entraram em greve geral, outras de forma parcial e uma segue com as atividades normalmente. O Núcleo engloba as cidades de Harmonia, Pareci Novo, Brochier, Maratá, São José do Sul e Montenegro.
Pelas redes sociais, algumas escolas se manifestaram sobre a decisão logo no início da manhã, como foi o caso da Escola junto ao Núcleo Habitacional Promorar, que iniciou o comunicado com um pedido de perdão e compreensão por parte das famílias afetadas pela paralisação. “Estamos há cinco anos sem nenhum reajuste, com nossos pagamentos atrasados e a solução enviada pelo governo foi um plano de carreira que consegue diminuir o nosso salário, acabando com qualquer possibilidade de melhores condições para a educação estadual”, diz o comunicado, que ainda destacou os salários dos professores como os mais baixos do funcionalismo estadual.
Quem também aproveitou as redes sociais para se manifestar foi a direção do Colégio Estadual Ivo Buhler, o CIEP, assim como a Escola Estadual de Ensino Médio São José do Maratá. Ambas lamentaram a decisão, mas ressaltaram a importância da Greve Geral. “Esperamos que pais, alunos, demais membros da Comunidade de São José do Sul compreendam que essa luta não é somente pelas carreiras dos professores, mas sim pela Escola Pública de qualidade, que nossos filhos possam ter no futuro, este direito básico”, destaca a nota da Escola São José do Maratá.
Diante do cenário, a direção do Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves convida a comunidade a participar de reunião na noite desta terça-feira, às 20h na sede da instituição. O objetivo é prestar esclarecimentos sobre a situação.
Greve na região
Greve geral
Colégio Ivo Buhler – CIEP
Escola Delfina Dias Ferraz
Escola Manoel de Souza Moraes
Escola junto ao Núcleo Habitacional Promorar
Escola São José do Maratá
Escola Adelaide Sá Brito
Escola Adão Martini
Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves
Escola Erni Oscar Fauth
Escola Moojen
Greve parcial
Escola Coronel Januário Corrêa
Escola São João Batista
Escola Tanac
Atividades normais
Escola Aurélio Porto
Sem definição
A.J. Renner
Escola Álvaro De Moraes
Escola Polivalente
Escola Yara Ferraz Gaia
Escola Jacob Hoff
Escola Jose Garibaldi
Escola Osvaldo Brochier
Escola São Francisco de Assis
Ato pela educação publica é nesta quarta
Com o objetivo de mobilizar pessoas contra o pacote de medidas apresentado pelo governo, professores da Escola Técnica São João Batista irão realizar, na praça Rui Barbosa, um ato a favor da educação. Destinados a alunos, pais, comunidade, professores e demais escolas, o protesto está marcado para as 14h30min desta quarta-feira, 20.