Sustentabilidade. Com pouco conhecimento da comunidade sobre o ecoponto, tema foi assunto de projeto científico de alunos da instituição de ensino
A Escola Municipal Cinco de Maio é, há 18 anos, ecoponto de arrecadação de óleo usado, de acordo com a professora da instituição Lisandra Machado. Como muitas pessoas não têm conhecimento do fato e nem da importância de descarte correto do produto, Lisandra resolveu criar um projeto com duas turmas do 3° ano da escola, visando a conscientização e sensibilização de um maior número de pessoas. Com muita pesquisa e descobertas, mais de 50 alunos se envolveram no trabalho “A Importância do Descarte Correto do Óleo de Cozinha”. A pesquisa foi apresentada na Feira de Iniciação Científica da instituição, no último dia 13 de julho.
“E destaca o reaproveitamento e importância de descartar adequadamente o óleo de cozinha. Fui desafiada e quis desenvolver, conjuntamente com eles, um projeto científico de relevância social. As pessoas consomem muito esse produto, e para onde vai tudo isso?”, questiona.
Lisandra fez enquete com as famílias das crianças, como parte da pesquisa, e descobriu que muitos despejavam todo o insumo usado nos fundos de casa ou no ralo da pia. “Durante o processo, solicitei que arrecadassem em um fim de semana todo o óleo usado em suas casas. As famílias se engajaram e consegui arrecadar, com as duas turmas 12 litros, que depois viraram sabão”, relata.
Os alunos, que se apossaram do projeto sustentável, são, agora, protagonistas e multiplicadores da ideia. “Se todos tiverem conhecimento de que a cada litro do alimento no ralo, até 1 milhão de litros de água pode ser contaminado, acredito que muitos não rejeitariam em qualquer local. Além disso, se desprezado em qualquer local, o óleo usado prejudica o solo, contribui para o efeito estufa; é um dos maiores vilões da poluição. Sem dúvida a desinformação é a principal barreira”, salienta.
Para todos que não sabiam o que fazer, a docente orienta que toda a gordura e óleo saturado seja armazenado em garrafa pet e levado na escola, na rua Padre Alberto Trasel, 347. Isabele Aguiar é a responsável por arrecadar as entregas e transformar em sabão ecológico. “Além de ser uma renda para ela, pode ser para muitas outras famílias”, termina Lisandra.
A sensação de descoberta
Maria Helena dos Reis, 8 anos, compartilha ansiosamente as descobertas feitas durante o projeto. De acordo com a estudante, o principal e mais belo objetivo dele é ajudar o meio ambiente.
“Tivemos uma oficina muito legal, com a Isabele, que ensinou a reaproveitar o óleo que seria derramado na pia. Aprendemos a fazer sabão, que depois pudemos levar para casa”, explica.
Consciente dos malefícios causados à natureza, com o descarte incorreto do insumo, Maria afirma que agora, em sua casa, todo o óleo de cozinha usado é armazenado em garrafa pet. “Porque se tocar no ralo, ele vai para o esgoto, contamina o solo e prejudica o rio. E conservado, é possível trazer para a escola”, conta.
Além de toda a contaminação, a preocupação da estudante Luiza Victoria da Silva Lampert, 8 anos, é também com a fauna. “Pois se o produto chega no rio, pode formar muitas bolhas, impedindo que os peixes respirem. E você sabia que uma colher de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água?”, conta.
Luiza conta que agora toda a família tem se preocupado com a destinação correta. “As pessoas precisam tomar cuidado, para deixar os peixes, o meio ambiente e a natureza respirarem. O óleo velho pode ser transformado em sabão, que dá para lavar um monte de coisas”, termina.
“E foi muito legal descobrir todas essas coisas”, completa Evellyn dos Santos, 9 anos.
E para apresentar todo o conhecimento aos colegas e professores? Sem nenhuma vergonha, segundo João Henrique da Silva, 9 anos. “Eu conto para todo mundo”, conclui.