Trânsito. Falta de manutenção na via gera riscos aos motoristas e pedestres
Ligação entre Montenegro e Brochier, a ERS-411 representa um perigo constante para seus usuários. Buracos e desníveis em diversos trechos da rodovia exigem muita atenção dos motoristas, principalmente no trecho montenegrino da via. A atenção é necessária não apenas para desviar dos defeitos, mas também para esquivar de veículos que invadem a pista oposta para evitar cair num buraco ou desnível. Quando não é possível driblá-los, resta, muitas vezes, o prejuízo e, até mesmo, ferimentos ou mortes.
O guia de turismo Paulo Ricardo Fetzner, 22 anos, conta que, ano passado, quase sofreu um acidente de moto ao passar por um buraco. O aro traseiro do veículo ficou inutilizado na ocasião. “Estava trafegando à noite e não foi possível visualizar o buraco, pois a sinalização e iluminação da rodovia também são muito precárias”, destaca. “De carro, os problemas de suspensão são constantes. Quem conhece a rodovia sabe que precisa trafegar com cuidado redobrado nos piores pontos”, reforça.
Trabalhando no turismo, Paulo conta que uma das principais reclamações recebidas é sobre o acesso ao município. “Um passeio pode se tornar uma dor de cabeça”, observa. Passando diariamente pela rodovia – seja como passageiro ou motorista –, o guia de turismo entende que está constantemente exposto a acidentes, assim como outros usuários da ERS-411. Segundo ele, isso se dá por que motoristas costuma desviar dos buracos tomando a contramão. “O que pode causar acidentes gravíssimos”, ressalta.
Quem também trafega com frequência pela rodovia que liga Montenegro a Brochier e reclama de sua condição é o motorista Edson Janir Neiland, 43 anos. “O estado (da rodovia) é crítico. Ela não tem acostamento, os buracos são muitos e os desníveis perigosos. Nunca presenciei acidentes, mas ver motoristas trafegando na contramão é bastante comum”, enumera.
Motorista de caminhão, Gilson Juares da Silva, 47 anos, compartilha da opinião de Edson e Paulo. Além de trafegar com frequência pela via, ele mora às margens da ERS-411. Gilson comenta que as operações tapa-buracos realizadas pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) não adiantam. “Se chover, abre tudo de novo. Quero ver como vai ser no inverno, quando chove direto”, afirma. Outro problema apontado pelo caminhoneiro tem a ver com os motoristas: além do excesso de velocidade, ele denuncia que muitos veículos passam pela rodovia com excesso de peso.
Daer promete manutenção, mas não fixa data para serviço
O Daer informou, via assessoria de comunicação, que realizou serviços de manutenção asfáltica na ERS-411 com equipes próprias da autarquia na terça-feira, dia 6. Porém, no início da tarde de ontem, a reportagem do Ibiá trafegou do trevo da RSC-287 até a localidade de Reta Grande e não identificou um único ponto sequer de intervenção. É nesse trecho que concentra-se o maior número de buracos e desníveis.
Conforme o comunicado do Daer, no momento, as equipes da empresa responsável pelo contrato de Conserva Rotineira da 11ª Superintendência Regional do Daer, que tem sede em Lajeado, estão atuando na ERS-332. Segundo a autarquia, após a conclusão destes trabalhos, serão realizados serviços de recuperação da pista, bem como a renovação da sinalização horizontal, na ERS-411.
Executivo brochiense mobilizado por melhorias
Tendo a ERS-411 como principal acesso ao município, a Administração de Brochier diz estar em contato constante com o escritório do Daer de Lajeado, responsável pela rodovia, e também com a sede, em Porto Alegre. “Solicitamos melhorias urgentes, pois mesmo sendo o trajeto do município de Montenegro que apresenta mais problemas atualmente, a 411 é um dos principais acessos a Brochier”, destaca, em nota, o Executivo brochiense.
A Prefeitura de Montenegro informa ter ciência da situação da via e diz que o Estado deveria solucioná-la. “No final do ano passado houve alerta ao governo sobre a precariedade e a má conservação da ERS-411”, afirma a adminitração.
O trecho de Montenegro da estrada é o que mais apresenta danos. No ano passado foram contabilizadas três mortes na rodovia, além de diversos acidentes menos graves.