Entrega de balas envenenadas é boato, mas Baleia Azul está em Montenegro

Ontem, família procurou a Polícia para informar que o filho recebeu convite para “jogar”

O Desafio da Baleia Azul é um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas em todo o país. Nas redes sociais, especialmente pelo Whats app, circula um áudio indicando que, em Osório, no Litoral Norte, cinco crianças estão hospitalizadas porque receberam balas envenenadas, cuja distribuição seria uma das tarefas do jogo. Trata-se de uma informação falsa.

Algumas pessoas estão se aproveitando do medo que a situação desperta para aplicar trotes, como neste caso, que ocorreu em Minas Gerais

O prefeito de Osório, Eduardo Abrahão, postou, na quinta-feira, em sua conta pessoal no Facebook, um alerta em relação ao jogo da Baleia Azul, que estaria levando jovens ao suicídio em vários países do mundo e inclusive no Brasil. No texto, ele dizia: “Uma criança foi atendida hoje pela manhã no posto de saúde do bairro Caravaggio com mutilações, e há relatos de que estão distribuindo balas envenenadas próximo a escolas.” A postagem foi removida e a assessoria de imprensa da Prefeitura confirmou que houve um equívoco.

A informação de que o jogo fatal teria chegado ao Litoral Norte também foi apurada pela Polícia Civil. O delegado de Osório, Peterson Benitez, esclareceu que a equipe de investigação fez contato com todos os postos de saúde e escolas e não confirmou qualquer caso concreto de mutilação ou distribuição de balas envenenadas no município. “Independente de termos um caso concreto, nós orientamos pais e professores a atuarem de forma preventiva junto às crianças e aos adolescentes”, salientou o delegado.

Ontem, em grupos do Facebook, também foi divulgado que alguns menores de Montenegro estão participando do jogo. Uma família procurou a Polícia relatando que seu filho recebeu convite para “jogar”. Eles moram no bairro Faxinal.

Balas, bebidas, e muitas outras coisas são oferecidas todos os dias a jovens e crianças, independente do jogo. O Baleia Azul desafia os participantes a cumprirem provas que as colocam em situação de risco e, por fim, propõe o suicídio.

Todo cuidado é pouco e cabe aos pais, amigos e conhecidos prestarem muita atenção. Pelo país, há relatos de que quem entra no jogo sai morto, ou por suicídio ou por perseguição dos “curadores”.

Sinais de alerta
1 – Inscrições nas palmas das mãos: a primeira tarefa do jogo seria escrever, com uma navalha, a sigla “F57” nas mãos
2 – Automutilações: o jogo é voltado para a automutilação, portanto quem estiver participando, certamente apresentará riscos e cortes nos braços e nas pernas
3 – Interesse repentino por filmes de terror: a segunda etapa é assistir a filmes psicodélicos às 4h20min, mas que sejam indicados pelo curador, que depois fará questionamentos a respeito das cenas. Essa norma passa a ser diária a partir de uma das etapas
4 – Exposições ao perigo: subir em telhados e em fachadas
5 – Desenhos de baleia: um dos desafios é desenhar uma baleia no braço. Outro é publicar no status do Faceboock a frase “Eu sou uma baleia” – publicar isto em tom de brincadeira pode se tornar um boato de que você é um dos jogadores. Uma forma de protesto pacífica e de apoio aos combatentes do jogo seria postar “Eu NÃO sou uma baleia” em suas redes sociais. Trata-se de uma proposta suicida, acaba em morte. Qualquer gesto que demonstre apologia será investigado e pode gerar problemas judiciais ao autor.

Dicas para os pais
1 – Diálogo aberto: Mostre a seu filho que ele pode se abrir com você, em qualquer situação. Um dos motivos que levam jovens a procurarem o Baleia Azul é a falta de atenção, se sentirem sozinhos mesmo em casa. Reserve um tempo para escutar seus problemas, para ajudar nos deveres ou simplesmente conversar sobre as vivências do dia a dia.

2 – Monitorar o uso da internet e redes sociais: não seja um pai carrasco, mas não deixe que seu filho seja repreendido no mundo virtual. É essencial que ele saiba que encontrará a resposta para as suas aflições em casa, para que não se entregue a uma proposta fatal, como o suicídio. O problema não é o horário em que ele usa a internet, mas sim os sites e redes sociais que acessa. Fique de olho bem aberto.

3 – Propor atividades entre pai e filho: esta talvez seja a principal dica: passeie, brinque, converse, cante, dance, faça tudo com seu filho, independente da idade que ele ou você tenha. Quanto mais você ficar com ele, mais vai gostar de viver. Seja um pai presente ao invés de uma figura decorativa.

4 – Denuncie: ao receber propostas, ameaças ou ter acesso aos links que levem ao Baleia Azul ou a seus curadores, denuncie (podendo ser anonimamente), através do site new.safernet.org.br. O fato pode ser informado também pelo Disque Denúncia, 181.

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