Empreiteiro fica mudo na comissão do Impeachment

Dono de construtora foi conduzido até a Câmara por agentes da Susepe, mas não respondeu a nenhuma pergunta

Algemado e com escoriações no rosto, o empresário José Valmir Silveira D’Ávila chegou à Câmara de Vereadores numa van da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) por volta das 15h de sexta-feira. Arrolado como testemunha de defesa no processo de cassação do mandato do prefeito afastado Luiz Américo Aldana, ele está preso por ordem judicial, acusado de ameaçar testemunhas. Valmir é, segundo o Ministério Público, um dos beneficiários das ações de uma organização criminosa criada com o objetivo de fraudar licitações na Prefeitura, investigada no âmbito da Operação Ibiaçá.

A expectativa em torno do que ele diria à comissão era grande. No entanto, o empresário não respondeu a nenhuma pergunta, invocando seu direito constitucional de permanecer calado. O advogado do prefeito, Vanir de Mattos, lamentou a situação, alegando que o silêncio da testemunha era prejudicial a Aldana, já que Valmir poderia esclarecer vários fatos levantados na acusação.

Mattos fez questão de deixar registradas as perguntas que faria ao empreiteiro. Como a empresa de Valmir era a responsável pelo transporte escolar e também atuou nas obras de asfaltamento no bairro Germano Henke, os questionamentos giraram basicamente em torno destas temáticas. O advogado queria saber, principalmente, se o prefeito, em algum momento, buscou vantagens para si ou para terceiros diante da promessa de facilitar a vitória da empresa nas concorrências. Também houve perguntas sobre a fiscalização dos contratos, a cargo da Secretaria de Obras Públicas, e sobre a idoneidade de Edar Borges Machado e Marcelo Augusto Rodrigues, testemunhas de acusação. Todas estas interrogações ficaram sem respostas.

A fase de inquirição das testemunhas terá continuidade nesta segunda-feira. A partir das 9h, no prédio da Câmara, serão ouvidos, entre outros, a ex-procuradora geral do Município, Juliana Steigleder Becker, e o ex-secretário de Administração, Adão Vargas Aloy. O senador Lasier Martins (PSD), cuja oitiva estava inicialmente agendada para sexta, pediu sua exclusão do rol de testemunhas. A comissão ainda não se manifestou sobre o assunto.
Concluída esta fase do processo, será inquirido o prefeito Aldana. Depois, ocorre a elaboração do relatório final, a cargo do vereador Cristiano Braatz (PMDB). O processo deverá ser encerrado até o dia 17 de setembro.

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