Responsável destaca a falta de suporte do Estado, mas garante bom atendimento junto ao prédio do Sine na cidade
As longas filas formadas toda manhã em frente ao Sine têm sido, há anos, motivo de queixas. Ali, muitos montenegrinos e moradores das cidades vizinhas aguardam para a emissão de sua carteira de identidade. Alguns, apesar da espera, saem sem o serviço prestado. Mesmo reconhecendo a existência de um problema em nível estadual, onde não há dinheiro para melhorar o serviço, o papiloscopista responsável pelos protocolos de identidade na cidade garante que, ali, o atendimento é bom.
“Nosso serviço aqui é público e para atender ao público. A gente não desiste e resolve os casos dentro das nossas possibilidades”, coloca o profissional Luiz Carlos da Silva. Ele destaca que há sempre a disponibilidade para ouvir os usuários e atender, dentro do possível, as suas necessidades. Para o caso de quem está acamado, por exemplo, ocorrem até visitas a domicílio para a coleta das impressões digitais.
Segundo Luiz, no entanto, falta um pouco de bom senso dos cidadãos. “As pessoas chegam aqui já muito armadas, até pela situação atual do país, mas o funcionalismo não tem culpa do que está acontecendo”, coloca. “Às vezes, é difícil até de elas nos ouvirem.”
Responsável pelo armazenamento, a identificação e a coleta das impressões digitais há 14 anos, Luiz Carlos reconhece, apesar disso, que as longas filas são um problema e que não há um acompanhamento do governo estadual, com a oferta de funcionários, diante do aumento da demanda por identidades.
No ano passado, houve a tentativa de contratação de uma estagiária pelo Estado, que auxiliasse no trabalho. Isso acabou não ocorrendo. Enquanto corriam os papéis e os treinamentos, aconteceram desistências das candidatas. A demora acarretou na perda da vaga, que foi realocada para outra entidade estadual. “Pra você ver como está a situação”, aponta.
Hoje, o papiloscopista destaca, o trabalho só funciona por causa das duas estagiárias cedidas pelo Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro) de São Sebastião do Caí, que, assim, permitem um melhor andamento no serviço prestado. “Sem o Consepro, o posto estaria muito mal”, avalia. Nove municípios da região têm o serviço centralizado em Montenegro.
O funcionamento do serviço na prática
Luiz Carlos explica que, a partir das 8h da manhã, começam a ser distribuídas as fichas para quem está no prédio do Sine. Por padrão, são 20 atendimentos diários para a emissão da identidade, mas ele aponta que, dependendo do tamanho da fila, estende-se o número para 25 ou 30. Em média, cada atendimento dura cerca de 15 minutos, dependendo da particularidade do caso.
O turno de seis horas do posto é único há alguns anos. Ele encerra às 14h. O papiloscopista explica que a mudança – antes o horário ia das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h – se deu para abarcar a população que não tinha disponibilidade em sair de seu trabalho (ou escola) nos turnos normais. Assim, deu-se o espaço do meio-dia também para o atendimento. A medida não agradou a todos, pois algumas empresas da região têm seus turnos nos exatos horários de atendimento do posto. Luiz Carlos afirma que se buscou a melhor alternativa.
E é justamente nesta faixa das 11h20 às 13h20 que são atendidos os cidadãos que fizeram o agendamento pela internet. Estes não esperam na fila pelas fichas e fazem o cadastro, marcando hora e data. A procura é grande. Quem for agendar hoje, por exemplo, só deve conseguir para abril o seu atendimento. A marcação é feita no site tudofacil.rs.gov.br.
No período após as 13h20 e entre o final do atendimento das fichas e o início dos agendamentos, o serviço é voltado para casos especiais, onde aja alguma necessidade. “Essa semana, nós tivemos uma senhora com mais de 65 anos e problemas de locomoção, daí marcamos para depois das 10h30”, exemplifica o papiloscopista.
Serviço funciona independentemente do Sine
Apesar de funcionar no prédio da agência do Sine, a emissão das carteiras de identidade não tem relação com os demais serviços prestados no local. Há apenas o empréstimo de duas salas para o Governo do Estado. Em entrevista recente, a administração do Sine avaliou que, no turno da manhã, quase 90% dos cidadãos que comparecem ao local buscam o encaminhamento da identidade.
Os valores
– 1ª Via: gratuita
– 2ª Via: R$ 65,88*
– 2ª Via Expressa: R$ 85,65**
*São isentos os cidadãos com mais de 65 anos e vítimas de roubo, com apresentação do Boletim de Ocorrência. Pessoas carentes, que não tiverem condições de pagar a taxa, ficam sujeitas à análise e respondem a um questionário.
**Entrega em três horas, em Porto Alegre, no Posto de Identificação Azenha, na Avenida Azenha, nº255.
Documentos para a emissão da identidade
Solteiros – Certidão de Nascimento original e legível ou cópia autenticada por tabelionato (autenticação deve ser original);
Casados/viúvos – apresentar Certidão de Casamento original e legível ou cópia autenticada por tabelionato (autenticação deve ser original);
Separados judicialmente ou divorciados – apresentar Certidão de Casamento com a respectiva averbação original e legível ou cópia autenticada por tabelionato (autenticação deve ser original);
Naturalizados: certificado de naturalização, com portaria atualizada, original ou cópia autenticada;
Filhos de pai ou mãe brasileiros nascidos no exterior: Certidão de nascimento original;
Brasileiros casados no exterior: Certidão de casamento original;
Menores de 16 anos: além de apresentar a Certidão de Nascimento original, devem estar acompanhados de uma das seguintes pessoas: mãe, pai, avô(ó), guardião(ã), tutor(a), curador(a), e estes deverão portar a sua Carteira de Identidade.
– Não é necessário levar fotos.
Importante: os documentos apresentados devem ser originais ou cópias autenticadas por tabelionato, legíveis, em bom estado de conservação e não podem conter rasuras ou estarem plastificados.
Acréscimos opcionais: se o usuário desejar incluir o número do CPF e PIS na carteira de identidade, é obrigatória a apresentação dos documentos originais.