Assim como os CTGs, as escolas – mesmo sem atividades presenciais – também não deixaram o tradicionalismo cair em esquecimento durante o mês de setembro. Exemplo disso vem da EMEI Santo Antônio. A coordenadora pedagógica da escola, Lisangela Saraiva dos Santos, conta que a criatividade dos professores tem sido essencial. “Assim mantemos vivo o amor às tradições gaúchas”, pontua. Lisangela conta que a escola manteve vínculos com o CTG Estância do Montenegro e Acácia Negra que são muito presentes, mesmo que de longe, incentivando os pequenos a cultivar o tradicionalismo. As professoras Letícia Silva da Rosa de Azeredo e Simone Oliveira Moreno quem mantiveram o contato com as entidades tradicionalistas para realização das atividades.
Lisangela ainda destaca que em todos os anos os CTGs levaram até a escola ações na Semana Farroupilha. “Sempre trazem apresentações de invernadas mirins, gaita, declamações, canto e até vaca parada”, afirma. No cenário atual, com atividades presenciais vetadas, a parceria entre as entidades e a escola seguiu, mesmo que remotamente.
Letícia é professora de alunos na faixa etária entre 2 e 3 anos. Mas se engana quem pensa que por serem pequenininhos não trabalham a tradição gaúcha. Muito pelo contrário. Letícia conta que a turma tem trabalhado no projeto “Eu sou do Sul”. Amante da temática gaúcha, Letícia propôs diversas atividades à distância, mas mantendo os aluninhos bem perto do tradicionalismo. “Procurei planejar atividades de contemplassem a história, os símbolos, músicas e danças. De forma interdisciplinar e que atingisse competências e habilidades pertinentes a faixa etária. Como trabalhar a oralidade, escuta, pensamento e imaginação”, salienta.
A escritora montenegrina Célia Ávila escreveu um poema especialmente para a turma de Letícia e ele foi trabalhado em aula. Além disso, com a ajuda dos CTGs, professores lançaram desafios no grupo da turma. Dentre diversas atividades, dois integrantes do CTG Estância enviaram à turma um vídeo fazendo a clássica dança do pezinho. A partir disso, os pequenos, com auxílio dos pais, deveriam fazer um vídeo também interpretando a música. A professora ainda incentivou o uso das pilchas. Além disso, a professora Rosane encaminhou através do grupo a lenda do Negrinho do Pastoreio contada por ela mesma.
Dentre muitas atividades desenvolvidas, Letícia pontua que a temática é essencial para ela. “Trabalhar a cultura gaúcha é sempre significativo e alegre para nossos alunos e mesmo em tempos de pandemia não poderia ser diferente. Temos que buscar nossas origens e preservar as tradições de nosso povo”, finaliza.