EMEF Augusto Ambrósio Rücker celebra seus 65 anos

Localizada em São Pedro do Maratá, escola, que é referência para a comunidade, promoverá festa no domingo

Os 65 anos foram completados na última terça-feira, dia 13, mas a comunidade da Escola Municipal de Educação Fundamental Augusto Ambrósio Rücker, de São Pedro do Maratá, irá celebrar com grande estilo o aniversário no domingo, dia 25. A festa acontece na sociedade local e irá reunir alunos e ex-alunos e professores e ex-professores. Até mesmo netos do patrono da escola são esperados.

O educandário foi inaugurado em 1953, como escola rural. Em 1981, ela passou a ser denominada Escola Estadual de 1º Grau Incompleto Augusto Ambrósio Rücker e foi municipalizada em 1999. Hoje são atendidos 55 alunos do 1º ao 5º ano e que contam também com diversas oficinas para o contraturno. São disponibilizadas oficinas de dança alemã, capoeira, teatro, canto coral, violão, teclado, trompete, acordeão, flauta, recreação e futebol.

Conforme a diretora Caren Cristine Heck, mais de 50% dos alunos do contraturno participam das aulas de música. Para ela, isto é um legado do patrono Augusto Ambrósio Rücker. Ele foi professor na escola que leva seu nome e também atuou como músico, regente e fotógrafo da comunidade. “Ele teve um grande legado musical para a escola e que é mantido até hoje”, destaca.

Caren conta ainda que, graças às oficinas do contraturno, o educandário não sofre mais com a evasão escolar. “99% dos alunos ficam para o turno integral”, garante. Ela comenta ainda que a comunidade é muito próxima da escola e cita como exemplo o fato de três mutirões com pais já terem sido realizados este ano para promover a capina da horta, organizar a biblioteca e arrumar os canteiros de flores. “Várias gerações das mesmas famílias já estudaram aqui”, ressalta.

A diretora recorda que no início a instituição tinha apenas duas salas. Hoje são quatro salas de aula, secretaria, biblioteca, refeitório com cozinha e uma quadra de esportes. “Cuidamos da escola como se ela fosse nossa casa. Queremos que os alunos se sintam bem. Aqui é como a segunda casa deles, sua segunda família”, afirma Caren.

Teatro relembrará história do educandário

A programação da festa de aniversário, que acontece no ginásio de esportes de São Pedro do Maratá, inicia às 9h30min, com culto ecumênico que terá a participação de alunos do 4º e 5º ano na leitura da liturgia. Às 11h será a vez dos estudantes de 1º a 3º ano darem sua participação ao encenar a história da escola. O almoço, que terá no cardápio arroz, aipim, carne de gado, galeto, salsichão e saladas, será servido a partir das 11h30min. Os cartões custam R$ 25,00 e podem ser reservados pelos números 9 9978-4225 ou 9 9877-6001.

Fechamento do ginásio está sendo providenciado atrás de campanha do CPM e parceria com o Executivo

Às 13h será realizada uma solenidade de homenagem aos atuais e ex-professores, funcionários e alunos. À tarde também haverá passeio de dindinho da sociedade local até a escola. A animação fica por conta de Everton Erig. Caren diz que a expectativa para o evento é bastante grande, com mais de 500 almoços já vendidos. “Netos do patrono estão se mobilizando para vir prestigiar o evento, ver a escola e fazer um doação”, conta a diretora.

No dia também haverá diversos livros, separados a cada cinco anos, para os ex-alunos e ex-professores os assinarem. Além disso, é nesta data que a diretora espera receber os primeiros textos do projeto “Tecendo memórias de nossa escola”, que ela pretende transformar em livro ao final do ano.
“Cada convidado recebeu a folha. Os relatos deles serão de fundamental importância para resgatarmos as histórias da escola”, comenta.

Primeiro professor chegou de carroça

Hoje morador de São Pedro do Maratá, Mindo Von Mühlen, 84 anos, foi o responsável por levar até a localidade o primeiro professor. Ele conta que na época trabalhava na casa de comércio de Edmundo Oliveira, na localidade de Esperança, onde morava. Seu patrão também trabalhava “puxando” porco e acabou sofrendo um acidente em São Pedro do Maratá, com o caminhão parando numa valeta e um dos porcos caindo.

Mindo ainda lembra do dia em que trouxe, de carroça, o primeiro professor até a comunidade

Mindo lembra que integrantes da família Kayser foram ajudar Edmundo e ele permitiu que eles carneassem o porco e ficassem com a carne, pedindo apenas que eles lhe entregassem a banha. Alguns dias depois, o patrão pediu que Mindo, então com 19 anos, cangasse os bois e fosse buscar de carroça a banha.

Mindo seguia seu caminho quando, em outra casa de comércio em Esperança, ele foi parado. O comerciante pediu um favor ao jovem: que ele levasse o professor da nova escola, que recém havia chegado de trem, até a comunidade vizinha. Vindo de Taquari, Walter Chaves de Vargas foi deixado por Mindo numa casa de comércio de São Pedro do Maratá. “Pelo caminho não nos comunicamos”, recorda.

O aposentado destaca que a escola foi bastante importante para a comunidade. Inclusive, seus seis filhos estudaram lá. “O principal é o estudo das pessoas. Sem formação não se tem nada. Onde não tem escola falta tudo”, comenta o responsável por trazer o primeiro professor da EMEF Augusto Ambrósio Rücker até o educandário.

Comunidade escolar é bastante envolvida

Diretora destaca crescimento da instituição ao longo dos anos

A diretora Caren Heck destaca que a EMEF Augusto Ambrósio Rücker conta bastante com o apoio da comunidade escolar. Atualmente, através de uma ação do Círculo de Pais e Mestres (CPM), foram adquiridos blocos de concreto que serão utilizados para fechar o ginásio da escola. A obra está sendo realizada em parceria com a Prefeitura, que entrou com a mão de obra.

Ex-aluna da instituição e com duas filhas também estudano por lá, Jaqueline Gauer Wollmann, 47 anos, é a atual presidente do CPM. Para ela, os principais diferenciais da escola são a sua estrutura, as atividades do contraturno e o comprometimento dos pais. “Os pais sabem que os filhos estão sendo bem cuidados e que a infraestrutura é boa”, destaca.

Jaqueline conta ainda que a espera para a festa também é grande entre os pais. “Os pais estão ajudando e se cria a expectativa de encontrar ex-colegas”, aponta. Ela salienta que todos estão gostando deste retorno às origens da escola.

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