Profissional especializada em gestantes e bebês mantém trabalhos utilizando a internet
Com o isolamento social recomendado nesse momento de pandemia, muitos profissionais tiveram que fechar as portas de suas empresas. A montenegrina Cláudia Oliveira, por ser fotógrafa de gestantes, newborn (recém-nascidos), bebês e família, teve que se reinventar, já que o momento tão especial do nascimento não espera a pandemia passar.
“No meu trabalho a segurança está sempre em primeiro lugar, eu não quis arriscar e segui a solicitação para ficarmos em casa”, pontua Cláudia. Foi daí que, inspirada em fotógrafos da Itália e de São Paulo, a profissional decidiu realizar os ensaios por videoconferência. “Como vivo da fotografia, fui atrás de uma forma viável para que eu pudesse continuar meu trabalho. Conversei com outros profissionais e encontrei essa ideia”, afirma.
O ensaio é realizado pelo aplicativo Skype. “Conectadas por vídeo, combinamos questões importantes que envolvem a produção das fotos. Eu também verifico o melhor local da casa dela em relação à luz para fotografar. A cliente utiliza a câmera do celular na casa dela e eu estou na minha. Eu direciono os modelos como devem se posicionar, digo o que fazerem. Onde colocarem a câmera para pegar o ângulo e enquadramento que faz o meu estilo e clico da minha casa. É necessário ter paciência e bastante vontade de fazer de ambas as partes e assim dá certo. De minha parte, sou superdisposta para que tenham esses registros e gosto de desafios”, detalha Cláudia.
A fotógrafa relembra que as fotos não têm a mesma resolução das feitas com câmeras profissionais, mas dão o mesmo trabalho e o amor e cuidados são os mesmos. “O número de fotos feitas é bem menor, mas são pontuais. Desta forma é possível capturar estes momentos e os clientes ficarem muito felizes. Ainda mais por este tempo ser tão especial. A espera ou chegada de um filho, a vida em família. Os dias passam muito rápido. E como o isolamento social não tem prazo para terminar, esta é a forma mais segura e possível hoje”, assegura.
Cláudia comenta que os feedbacks das clientes foram muito emocionantes e que, por esse motivo, após alguns profissionais entrarem em contato com ela para saberem mais sobre o projeto, ela os auxilia para que dêem continuidade no trabalho. “Assim como eu me inspirei em alguns fotógrafos, eu também ajudarei os colegas que precisam de ajuda. Ninguém está sozinho e precisamos das outras pessoas, ainda mais nestes momentos de crise”.
Amanda Caroline dos Santos, gestante de 12 semanas
A montenegrina Amanda Caroline dos Santos, com 12 semanas de gestação aos 29 anos, foi uma das clientes de Cláudia nesse mês e conta que quando viu a proposta, achou engraçado, mas sentiu que seria algo inovador. “Achei muito cômodo e seguro fazer o ensaio desta forma. Se não fosse assim, eu não faria registros profissionais agora. Amei as fotos, que foram minhas primeiras de gestante”, pontua. Amanda ressalta o sentimento de gratidão. “Felicidade não cabe dentro de mim nesse momento tão sublime e maravilhoso que estou vivendo. A Cláudia me registrou nesta explosão de sentimentos. Gratidão e emoção definem o que estou sentindo com a gestação e as fotos retrataram isto. Ficaram lindas”.
Luana de Mello Barreto, 30 semanas
A porto-alegrense Luana de Mello, de 24 anos, mora em Canoas e também está muito grata pela oportunidade. “Amamos muito o resultado. Achei muito inovador. Cada foto que via ficava mais apaixonada! Com certeza farei o ensaio newborn também. Espero que tenha passado tudo isso até minha bebê nascer”, afirma tendo feito as fotos com 30 semanas de gravidez. “Perdemos um bebê no início de 2016. A Aurora é o meu bebê arco-íris, que significa que depois da tempestade, vem o sol. E veio também depois de uma depressão. Ela é meu milagre por tantos motivos. Agradeço muito a oportunidade que tive desse registro profissional, mesmo que distante. Por me fazer enxergar que no meio deste caos, o amor prevalece”, finaliza Luana.
