Em seis meses, sete casas arrombadas em uma rua

Moradores em pânico. As famílias estão se recolhendo mais cedo e deixam de sair de casa com medo dos ladrões

De junho a dezembro do ano passado a rua Alagoas, no bairro Santa Rita em Montenegro, registrou um caso de roubo e seis de furtos a residências. Apavorados, os moradores temem novas ações e por esse motivo evitam sair de casa. Todas as invasões ocorreram pelos fundos das casas, onde existe uma área destinada a um loteamento. Os cidadãos pedem reforço no policiamento do local e a limpeza do mato que cresceu no terreno usado pelos bandidos.

O clima é de pânico entre os moradores do local. A maioria das pessoas que teve suas casas invadidas não quer falar sobre o assunto com medo de sofrer represália. Rogenar Kochenborger, de 59 anos, foi o único morador que aceitou ter seu nome divulgado na reportagem. Ele mora no local há 36 anos e tem acompanhado de perto o pavor que se instalou na vizinhança.

De acordo com Rogemar, tudo começou a cerca de cinco anos quando a área, nos fundos das residências, foi desocupada. No início o problema era só os animais soltos no local. Vacas, cavalos e até porcos são largados no campo. Muitos deles acabam invadindo a via pública e causando transtornos aos motoristas e moradores. Contudo, essa deixou de ser a principal preocupação dos cidadãos já há algum tempo. “Estão usando essa área para invadir e assaltar as residências. Começou em junho. Em novembro houve uma invasão de uma casa na sexta e outra no sábado”, relata Rogemar.

O prejuízo dos moradores tem sido grande. “Levaram ar condicionado portátil, computadores e até comida. Em um dos últimos casos, duas meninas estavam brincando na rua quando uma delas viu dois caras entrando no campo, um deles estava com uma televisão embaixo do braço. Ela foi correndo pra casa e descobriu que se tratava da sua própria TV”, conta. A Brigada Militar foi chamada e fez buscas no bairro, mas não encontrou os ladrões.

Os moradores criaram um grupo no WhatsApp com o objetivo de aumentar os cuidados com as casas e com os próprios vizinhos. “Muita gente deixou de sair de casa, alguns moradores estão contratando caseiros. A gente fica em casa de noite e quando ouve um barulho usa uma lanterna para tentar iluminar o campo e mostrar que tem gente em casa. Cada um cuida da casa do outro”, afirma Rogemar.

A ousadia dos meliantes é grande. Em um dos casos, eles entraram em uma casa enquanto os moradores dormiam. Em outra ocasião, um deles se identificou para um comerciante e disse que para o grupo dele não há barreiras. Rogemar e seus vizinhos pedem o aumento das rondas policiais. “A Brigada Militar passa aqui durante o dia, mas de noite não chega nem perto.”

Quanto às providências a serem tomadas
O comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Tenente Coronel João Luís Machado, diz que a BM entrará em contato com os moradores e que haverá reforços no policiamento na área. O delegado Paulo Ricardo Costa, titular da 1º Delegacia de Polícia Civil de Montenegro, informa que há a expectativa de elucidação destes crimes, mas a falta de elementos que liguem um fato ao outro acaba dificultando as investigações. “As dificuldades de observar um vínculo podem ser verificadas, especialmente pela ausência de videomonitoramento, pela negativa da prova testemunhal e pela ausência de meios de proteção mais eficiente dos imóveis”, explica o delegado.

A Prefeitura local, por meio da assessoria de comunicação (Acom), informa que o proprietário da área será notificado para que providencie a limpeza. Referente aos animais, Montenegro ainda não contra com uma legislação específica para a proibição quanto criação em locais como o citado na reportagem. Contudo, mudanças já estão previstas.

A empresa responsável pelo loteamento da área assegura que a limpeza do local será providenciada. A previsão é que o mato seja cortado na próxima segunda-feira, dia 21.

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