Pesquisa nacional mostra que maior parte do benefício será para pagamento de dívidas
30 de novembro é o prazo final para o pagamento da 1ª parcela do 13º salário, a famosa “Gratificação de Natal”. Implementada no Brasil em 1962, no governo João Goulart, ela equivale a um mês de salário caso o trabalhador tenha vínculo empregatício com a empresa no prazo de um ano; ou o valor proporcional a partir de sua contratação ou saída. Recebem todos os empregados com carteira assinada e também aposentados e pensionistas do INSS. A 2ª parcela, com a outra metade, deve ser paga até o dia 20 de dezembro.
É um dinheiro muito esperado. Tradicionalmente aplicado nas compras de final de ano ou na organização das férias de verão, o 13º traz fôlego e certa esperança no andamento da Economia.
Só em Montenegro, ao final do pagamento, em dezembro, cerca de R$ 51,6 milhões devem ser pagos aos assalariados, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese. O montante é até maior, se considerados os aposentados e pensionistas, cujos dados não são disponíveis.
Com base em dados do Ministério da Economia, o Dieese compara a situação do emprego em Montenegro entre 2018 e 2019. Houve um acréscimo de 1% na quantidade de trabalhadores formais no Município; e um crescimento nominal de 3,7% no valor total pago pelos empregadores referente ao 13º. Em média, cada trabalhador está para receber R$ 2.559,95 de gratificação.
PAGAMENTO DE DÍVIDAS
Embora os setores da Economia – especialmente o Comércio – estejam ansiosos para ver o dinheiro girar, a maior parte dos brasileiros não deve usar seu 13º para compras. Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que 90% dos brasileiros vão usar a gratificação para quitarem suas dívidas. Não pretendem investir em nada.
É um reflexo da situação negativa vivida nos últimos anos. “Isto demonstra que a redução da atividade econômica, desemprego maior, taxas de juros elevadas aumentaram o endividamento dos consumidores”, lamenta a entidade em nota. Em 2009, há dez anos, 64% dos pesquisados pela entidade usariam o valor para quitar seus débitos.
Quanto vai entrar de 13º pela região:
- Brochier – R$ 1.420.980
- Maratá – R$ 972.450
- Montenegro – R$ 51.672.517
- Pareci Novo – R$ 1.814.972
- São José do Sul – R$ 868.557
Mas respira!
Entrando ou não no indicador da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – aqueles que disseram que vão usar da gratificação para pagar dívidas – é fato que aquele dinheirinho “extra” entrando em nossa conta deixa qualquer um bastante animado. Ninguém é de ferro! Só que nessa euforia momentânea, é comum de muita gente acabar trocando os pés pelas mãos. Saem gastando sem muita responsabilidade, o que acaba sendo um risco. Então, cuidado! Pensando em ajudar, o “Seu Bolso” separou algumas orientações que podem servir como guia na hora de pesar o que fazer (ou não) com o dinheiro pago no 13º salário. Planejamento é tudo e, colocando as contas na ponta do lápis, você pode se livrar de entrar em frias.
1- FAÇA A LISTA E PRIORIZE
Quer viajar para um monte de lugar? Tem “trocentos” amigos para presentear no Natal? É importante listar suas despesas fixas e extras e ver até onde o seu orçamento alcança. No fim das contas, veja suas prioridades e as alternativas possíveis. Talvez tirar férias num lugar mais acessível? Talvez um presente só para seu casal de tios ao invés de uma lembrança para cada?
2- NÃO ESQUEÇA SUAS OBRIGAÇÕES
Novo ano, novas parcelas de IPTU, IPVA, Imposto de Renda, material escolar e por aí vai. Não esqueça de suas obrigações antes de sair queimando sua Gratificação de Natal. Monte um orçamento!
3- PAGAMENTO À VISTA É MAIS INDICADO
Nem sempre é fácil, mas optar por não parcelar a dívida é optar por não ter seu orçamento comprometido no futuro. Guarde o dinheiro para ter o tanto que precisa e procure quem te oferece as melhores condições de pagamento à vista. Não comece 2020 com ainda mais contas para pagar.
4- FAÇA UMA RESERVA
Não pense no 13º só para comprar e pagar contas. Tente reservar uma parcela dele para aplicar em investimentos, guardando um dinheirinho nos casos de emergências e eventualidades. É preciso pensar no amanhã.
5- SIM! TERMINE COM AS DÍVIDAS EM ABERTO
Os 90% de brasileiros da pesquisa estão certos. A renda do 13º salário é bem aplicada se for para livrar o trabalhador de dívidas como o cheque especial e o cartão de crédito, cujos juros corroem o bolso até não dar mais. É uma tranquilidade que não tem preço.
SAIBA MAIS
– Da segunda parcela, paga até 20 de dezembro, são feitos descontos de INSS e Imposto de Renda, quando couber. Sendo assim, o valor pago é menor que o da primeira
– trabalhadores podem pedir antecipação da primeira parcela quando forem tirar férias. O ideal é que avisem a empresa no início do ano
– nos casos de licença-maternidade, o período de afastamento não interfere no cálculo do 13° salário. Portanto, o valor será integral quando a funcionária tenha ficado o período de um ano na empresa ou o valor proporcional da data do início do contrato de trabalho.