Consumo na cidade desencadeia o desenvolvimento da economia e traz retorno para todos
Com a reabertura do comércio aos poucos desde a última quinta-feira, 16, o movimento das lojas ainda não é capaz de superar o prejuízo das portas fechadas por quase um mês devido a pandemia do novo coronavírus. Geração de empregos, arrecadação de impostos e o ciclo da economia acabam sendo alterados e todos saem perdendo. Mas um meio de ajudar toda a comunidade e a si próprio agora e depois da pandemia é relativamente simples: ao invés de comprar em outras cidades ou na internet, o cidadão precisa investir seu dinheiro nas compras em Montenegro.
Diante desta realidade, Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI), o Sindilojas, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a secretaria municipal de Indústria e Comércio e o Jornal Ibiá trabalham no planejamento de um projeto de consumo com responsabilidade. “O Jornal Ibiá, nesses 37 anos de existência, muito tem batido nesta tecla, mostrando os benefícios e as vantagens que as pessoas têm comprando no comércio da cidade mesmo antes de qualquer pandemia”, diz a diretora Maria Luiza Szulczewski (Lica).
Esse consumo responsável que o projeto incentiva é um ato cidadão; e segundo a economista e professora da Unisc, Cidonea Deponti, o comprar envolve um conjunto de setores que fazem parte da economia e devem ser observados. “O ato cidadão é um momento em que eu valorizo o lugar onde moro, as pessoas com quem convivo. Valorizo os meus amigos, os meus colegas, se eu for um empresário, as pessoas que trabalham junto. Além disso, esse é um ato de valorização não só da região e do espaço em que a gente vive, mas também das pessoas”, fala.
Segundo a especialista, comprar nas empresas locais tem muitas vantagens, como manter o dinheiro dentro do Município, o aumento de faturamento, a maior arrecadação de impostos e, consequentemente, melhora na qualidade de produtos e serviços. Muitas pessoas dizem que os produtos em Montenegro custam mais do que nos grandes centros. Mas quando eu não faço o meu primeiro ato da compra, nunca vou conseguir ter um preço menor, porque é esse ato de compra que vai fazer, em longo prazo, o empresário poder reduzir o preço das vendas” explica.
Assim acontece com os atendimentos também, que, de acordo com Cidonea, devem ser pensado pelos empresários de modo sensível. Os consumidores são muito heterogêneos. Têm pessoas que gostam do atendimento mais diferenciado, enquanto outros não e isso é uma questão de sensibilidade”, comenta. Ter um bom atendimento cria fidelização; e isso é extremamente necessário para o crescimento.
Retroalimentação automática
Apesar de ter um nome complicado, essa ação é simples e ocorre no nosso dia a dia. Segundo a economista, o mecanismo de retroalimentação automática ocorre a partir do acionamento de algumas variáveis quando, por exemplo, uma pessoa consome no Município. Esse mecanismo tende a acionar as variáveis, desencadeando as ações da outra. “No momento em que eu tenho a ampliação do consumo como consumidora, o empresário vai ter o momento de faturamento, e como não é um serviço ou uma ação única, isso inclui diversos setores. Esse mecanismo vai aumentar o VBP (valor bruto da produção), que é tudo o que vai se produzir e se gerar nesse momento dentro da Economia”, relata.
Com o aumento do valor bruto da produção, ocorre também um aumento na arrecadação por parte do governo municipal, e, com isso, a possibilidade do próprio Município fazer também um investimento na infraestrutura e no setor de serviços. Outra vantagem é que, no momento em que o empresário ganha mais, ele gera mais emprego, aumento de salários e, com isso, mais consumo. A primeira ação desencadeia muitas outras: investindo o dinheiro no comércio, o próprio investidor é atingido positivamente com a ação.
O que fazer?
O momento atual, de isolamento social e quebra de expectativas, pode ser também uma boa hora para parar e refletir. Para Cidonea, esse é um momento difícil para os empresários, mas que deve ser aproveitado com paciência e criatividade. Esse momento pode ser usado para ver o que pode ser feito diferente, procurar motivar a equipe, tentar enxergar outras questões, entender a motivação do porque trabalhar naquele espaço, diz. Segundo ela, com equipe engajada, novas coisas podem ser feitas. Para os consumidores, Cidonea recomenda que aqueles que não tiveram o seu poder aquisitivo prejudicado até o momento comprem em Montenegro. “A gente tem o retorno, mas é algo que é coletivo, a gente precisa para fazer a diferença em termos de Município, uma ação coletiva, completa.