Em depoimento, presidente da Câmara nega assédio e extorsão

O presidente da Câmara de Vereadores de Montenegro, Erico Fernando Velten, prestou depoimento na manhã desta quarta-feira, 7, na 1ª Delegacia de Polícia. Ele negou as acusações de assédio e extorsão feitas contra ele por uma ex-assessora.

A investigação está quase em fase final. Nos próximo dias, devem ser realizadas diligências ainda pendentes, inclusive algumas formuladas pela Defesa. Natasha de Oliveira Ferreira registrou boletim de ocorrência contra o chefe do Poder Legislativo no dia 6 de agosto.

De acordo com a acusação, o pai de Natasha fez campanha para Erico em 2016, quando ele era candidato a vereador. Após a conquista de uma das dez cadeiras do parlamento municipal, ele contratou a jovem como assessora, a partir de uma indicação do pai dela. Foi quando teriam iniciado os constrangimentos para abrir mão de parte dos vencimentos, que hoje somariam R$ 4.171,28.

Entre dois e três meses após ser empossada no cargo, Velten teria passado a solicitar a quantia de R$ 500,00 por mês a Natasha. O dinheiro era entregue pelo pai dela a outro homem, que também teria trabalhado na campanha do pedetista.

Mais tarde, segundo o relato da ex-assessora à Polícia, o presidente da Câmara teria obrigado ela e o pai a se filiarem ao partido (PDT). Assim, passou a doar para a sigla mais 5% do salário (em torno de R$ 200,00). Mais tarde, o vereador teria aumentado em 100% a quantia solicitada em dinheiro, de R$ 500,00 para R$ 1.000,00. A denunciante se recusou e acabou sendo exonerada. Antes, garante que efetuou pelo menos três pagamentos de R$ 1.000,00 à pessoa indicada por Velten.

Natasha entregou à Polícia extratos bancários e cerca de dez arquivos de áudio, que estão sendo checados pela investigação. Num deles, o pai dela conversa com a esposa do homem que recebia o dinheiro. Na gravação, ele diz ter ido entregar um dinheiro que o vereador mandou. No decorrer da conversa, ocorre um desentendimento a respeito do dia do pagamento. “Eu sempre trouxe o dinheiro para ele até hoje, não falhei um dia”, diz o homem, em tom conciliatório.

A reportagem do Ibiá tenta contato com o vereador.

Primeiro assédio teria sido após uma confraternização

O primeiro assédio teria ocorrido numa quinta-feira, após confraternização na casa de um parlamentar depois da sessão da Câmara. A denunciante teria recebido carona de Velten que, no trajeto até onde ela mora, teria passado a mão em sua perna, perguntado se ela queria ir para um motel e tentado beijá-la. Como o carro estava parado, Natasha desceu, mas o presidente da Câmara a teria convencido a entrar novamente, deixando-a no destino sem causar novo constrangimento.

Outro episódio teria ocorrido em frente ao prédio da Câmara, junto à Usina Maurício Cardoso. Certo dia, de dentro do carro, Velten pediu para a funcionária lhe alcançar alguns documentos em frente à Câmara. Quando ela foi até o automóvel dele, mesmo acompanhado de seus dois filhos no carro, teria passado a mão na perna dela mais uma vez e perguntado quando “sairiam para tomar uma cervejinha”.

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