de SEIS casos, três já possuem suspeitos presos, incluindo dois homens recolhidos ontem em Montenegro
O ano começou de forma trágica no município de Triunfo. Até maio, a cidade registrou seis crimes de homicídios com um total de nove mortos, isso por que em um dos casos, quatro pessoas da mesma família foram assassinadas. Em todo o ano de 2018 foram sete mortes. Os indicadores fazem a Polícia correr contra o tempo para desvendar quem esteve por trás das autorias das mortes.
O primeiro homicídio registrado este ano em Triunfo, na localidade de Barreto, ocorreu no dia 9 de janeiro, quando a família Borges perdeu quatro de seus membros, mãe e filhos, em uma verdadeira história de horror, protagonizada por um vizinho violento que não conseguiu reprimir seus instintos agressivos. Cinco dias depois, uma nova morte voltou a mexer com os sentimentos da comunidade local. Miguel Honório da Rocha, de 61 anos, foi atingido por disparo de arma de fogo. O crime aconteceu na localidade de Tapera Queimada, Rodovia TF-130. Ainda em janeiro, outros dois casos deram indícios de que este seria um ano complicado para os triunfenses.
Nos dias 20 e 26, duas novas mortes foram constatadas. Lauri Valnei Freitas Gonçalves, 55, e Doracy Anjolin, 82, também foram vítimas de mortes trágicas. Lauri foi morto quando transitava de bicicleta pela BR-470, na localidade de Barreto, populares encontraram o corpo e acionaram a Brigada Militar. Doracy foi morto por arma de fogo e a suspeita é de latrocínio. O crime ocorreu na chácara onde o idoso morava, na localidade de Piedade. Passados três meses, quando a população já estava mais tranquila em relação às mortes, um novo homicídio foi registrado. Dessa vez, a vítima foi Lindiomar da Silva de Avila, 19. Ele foi morto com diversos tiros e o corpo encontrado no pátio da casa onde estava morando, na localidade de Baixadão, na Coxilha Velha. O crime ocorreu no dia 16 de abril.
Com um período menor de intervalo entre as mortes, no dia 3 de maio, o montenegrino Givan Azevedo Trasel, 36, foi assassinado na localidade de Morro do Marinheiro, em Triunfo, logo após deixar sua filha na escola. A Polícia investiga o envolvimento da vítima com o tráfico de drogas. A morte de Givan contabiliza o total de nove vítimas em apenas cinco meses – contando até esta quarta-feira, 29. Enquanto que nos 12 meses de 2018, foram sete óbitos na cidade.
O número chama à atenção, mas a Polícia afirma estar empenhada para elucidar os casos e impedir o crescimento desses registros. Das sete mortes de 2018, apenas dois casos ainda estão em andamento, os demais já foram arremetidos à Justiça com autoria apurada. Falta esclarecer o falecimento de João Paulo da Silva Vaz, ocorrido no dia 7 de setembro, e de Telmo Diego de Moraes Souza, assassinado em 25 de novembro. Já em relação aos crimes deste ano, a Polícia investiga a morte de Miguel Honório da Rocha, Doracy Anjolin e Lindiomar da Silva.
Operação Ressurreição
Nessa terça-feira, 28, Matheus Vinícius Schmitz, de 25 anos, e Alex Barreto da Silva, 34, suspeitos de terem participado do homicídio de Givan Azevedo Trasel, foram presos durante a Operação Ressurreição deflagrada pela Polícia Civil. Matheus e Alex estavam em suas casas, respectivamente, nas ruas Osvaldo Aranha, no Centro, e Afonso Henke, no bairro Industrial, em Montenegro. Segundo o delegado de Polícia de Triunfo, Lúcio Melo, a partir dessas prisões, as investigações prosseguem. Na ação, foram empregados 15 policiais em seis viaturas.
A Operação Ressurreição integra as atividades realizadas, em âmbito nacional, pela Operação Cronos II, que visa combater casos de homicídios. A Operação Cronos II contou com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, policiais civis de 21 estados e do Distrito Federal estiveram nas ruas para cumprir mandados de prisão de autores de homicídios e feminicídios. A força-tarefa foi coordenada pelo Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil.
No Rio Grande do Sul, 67 pessoas foram presas/apreendidas. Dentre as prisões/apreensões 43 aconteceram durante cumprimento de ordens judiciais por homicídio e 24 por feminicídio. Mais de 400 policiais civis cumpriram 205 mandados de prisão em 70 endereços, além de outras 139 medidas em Porto Alegre, região metropolitana e interior do Estado, abrangendo diversas regiões do Rio Grande do Sul. Armas, munições e drogas foram apreendidas.
Morte de mãe e três filhos comoveu a região
A morte da dona de casa Mirian Ribeiro Pereira, de 52 anos, e os filhos Valquíria, de 30; Valeria, de 28; e João Paulo Pereira Borges, de 21, foi um dos crimes que mais chocou a região nesse início de ano. Eles foram mortos com golpes de facão. O principal suspeito pelo crime é Deoclides da Silva, de 45 anos, vizinho das vítimas.
Deoclides conseguiu fugir, mas dias depois foi localizado pela Polícia no bairro São Paulo, em Montenegro. E acabou se entregando. O motivo das mortes foi as frequentes brigas entre os vizinhos. O preso disse ter “perdido a cabeça” em razão disso. Deoclides já possuía antecedentes por ameaças e atentado violento ao pudor, pois teria mostrado a genitália para as vizinhas.
A tragédia poderia ter sido pior. É que uma criança de cinco anos foi escondida na máquina de lavar para não ser morta. Outra menor, de 11 anos, também escapou com vida.