DESBRAVADORES. Conheça a história dos empreendedores que não tiveram medo de arriscar
Na hora de investir em um empreendimento, é comum realizar pesquisas de mercado. Em geral, esses estudos apontam os locais com maior fluxo de pessoas como o melhor ponto para abertura do negócio almejado. Mas cidadãos como João Dias, 50 anos, e Iracema Inês Albertan, 55, mostram que se houver esforço e dedicação é possível fazer sucesso onde quer que esteja a empresa. Ambos estão entre os primeiros comerciantes do bairro Aeroclube, em Montenegro.
João é natural do município de Espumoso. Ele sempre foi envolvido com comércio e, quando mudou-se para Montenegro, abriu um pequeno armazém no bairro Germano Henke. Mas, na época, com filhos pequenos, o comerciante viu a chegada das drogas no local como algo que poderia colocar em risco o futuro das crianças. Então resolveu se mudar. O novo endereço escolhido foi o bairro Aeroclube. Lá construiu um prédio que, após se separar, deixou para a ex-mulher e os filhos. Na sequencia, mudou-se para a rua Bruno Gabriel Lampert, onde está até hoje.
João foi o primeiro morador do local. Há 20 anos ele ergueu seu novo lar e também a nova empresa, um bar e armazém. Mesmo estando em um local isolado, ele ousou e acreditou no próprio talento. “Tu pode colocar um negócio em qualquer lugar. O que conquista a clientela é trabalhar direito”, aconselha. João viu cada um dos vizinhos chegar a rua, e hoje não trocaria de endereço por nada.
Quando Iracema se mudou para o Aeroclube a rua 20 de Setembro ainda se chamava Rua 3. Ela também fez seu primeiro investimento no bairro, há quase duas décadas. Após trabalhar anos como cozinheira de um restaurante no Centro, Iracema resolveu apostar em um empreendimento no endereço de sua casa. “Fiz cursos e abrimos uma padaria”, conta. Mas quando os pequenos mercados começaram a surgir no bairro, ela resolveu dar um outro rumo aos negócios. “Fechei a padaria e fiquei fazendo tortas, doces e salgados”.
Iracema se tornou conhecida em várias cidades da região e fora dela também. Para ela, o local não influencia nos negócios quando há qualidade no produto apresentado. “Tu fazendo as coisas bem feitas, o pessoal te procura. A maior propaganda é feita de boca a boca. Tenho clientes de todos os lados, Capela, Pareci, Harmonia, do Caí, Salvador do Sul, Canoas, tem gente que morou aqui, foi embora e continua sendo cliente”, afirma. “A gente acostuma com o bairro. Aqui é mais calmo, no Centro é muito agitado, acho que não trocaria. Nunca tive problemas aqui”, conclui.
Ispiração para novos empreendimentos
Atualmente o bairro Aeroclube conta com uma grande diversidade de estabelecimentos comerciais. Mas nem sempre foi assim. A coragem de João e Iracema serviram de exemplo para que outros comerciantes apostassem no local. Alguns, como pode ocorrer em qualquer lugar, não tiveram êxito, outros seguem firmes, lutando para serem cada vez mais fortes.
Em 2014, Eunice Tavares viu no negócio aberto pelo sobrinho, uma agropecuária, a oportunidade para u novo investimento. Ele queria vender a empresa e ela adquiriu. Quem toma conta das coisas por lá é o genro dela, Patrick Nuske. “Os negócios mantém um bom movimento. Temos clientela fixa. O pessoal vem bastante aqui”, diz o administrador.
O local também facilita a vida dos clientes, pois é a única agropecuária do bairro. Assim o consumidor não precisa ir até o Timbaúva ou Centro para comprar o que precisa.