Corrida. Atletas mesclam experiência com vitalidade e mostram que não há idade para competir em alto nível
Elas cuidam da alimentação, da casa, da família e ainda têm tempo para percorrer inúmeros quilômetros semanalmente e viajar frequentemente para vários cantos do Estado a fim de competir. Incansável, a mulherada montenegrina dá show nas pistas e prova que não há idade para correr. Nos últimos anos, os grupos de corrida têm aumentado consideravelmente na cidade, e elas estão cada vez mais presentes nesse meio, mesclando experiência com vitalidade.
Rosane Barboza de Souza, 62 anos, Rosa Cristina Stein Rodrigues, 60, e Eliane Nabinger, 61, são exemplos a serem seguidos no esporte. Para elas, a idade é apenas um número, mas também significa uma motivação a mais para superar os desafios e subir ao topo do pódio. Além disso, o trio inspira outras mulheres da cidade – independente da faixa etária – a correr e conquistar ótimos resultados nas pistas.
A mais “experiente” do trio na modalidade é Rosa Cristina, que corre há 26 anos e foi uma das primeiras mulheres a praticar o esporte no município. “Quando comecei a correr, era somente eu de mulher na cidade. Confesso que era muito estranho. Hoje, temos muitas mulheres correndo e, se depender do meu incentivo, muitas ainda vão começar a correr”, afirma.
Rosa conta que seu início no esporte teve ligação direta com outra modalidade, praticada pelo filho. “Meu filho queria andar de bicicleta na rua, e como eu não conseguia acompanhá-lo caminhando, comecei a correr e percebi que ficava leve e feliz. Então, quando surgia algum problema no dia a dia, primeiro eu ia correr para depois resolvê-lo”, salienta a atleta, acrescentando que a corrida ainda propicia energia, amizades, alegria, conforto, saúde física e mental.
“Sempre gostei de correr e de competir. Só vou parar quando as pernas não permitirem mais”, complementa Rosa. Ela, assim como Rosane e Eliane, participa de um grupo de corrida na cidade. Há 15 anos no esporte, Rosane Barboza destaca que os grupos proporcionam união e incentivo. “As mulheres se ajudam, porque o grande objetivo não é subir no pódio (claro que isso é maravilhoso), mas sim fazer todo o trajeto correndo e chegar bem no final”, declara.
Apaixonada por exercícios físicos, Rosane jogava voleibol quando começou a correr. “Há uns 15 anos eu jogava vôlei, e correr foi muito natural na época. Parecia que um esporte ajudava o outro. Hoje estou com 62 anos e é sempre um desafio aumentar o ritmo ou a distância, mudar o terreno. Apesar de estar em um grupo de corrida, a modalidade é muito individual e libertadora”, diz.
Incentivo, amizades e saúde mental
Não é nenhuma novidade que a corrida oferece inúmeros benefícios para as pessoas. Entretanto, alguns aspectos mudam completamente a vida de alguns corredores, como as amizades e a saúde mental, já citadas acima. Há quatro anos, Eliane Nabinger afasta os problemas do dia a dia com a corrida. “Me sinto mais leve quando estou correndo. O esporte me ajuda muito a combater o estresse e manter a depressão bem longe”, enaltece a atleta, que é incentivada diariamente pelo marido Silvério Nabinger e pela professora Patrícia Atkinson na modalidade.
Quando disputa uma prova, Eliane quer vencer, claro, mas seu principal objetivo é ver os colegas do grupo de corrida. “O que mais gosto é ser encontrada pelos companheiros de equipe. Fiz muitas amigas desde que comecei a correr. Acho ótimo que mais mulheres da minha faixa etária estão correndo, tirando o bumbum de cima do sofá. Precisamos nos exercitar muito, nos manter fortes”, exalta.