Educação Inclusiva: respeito e igualdade são realidade

EMEF Cinco de Maio é exemplo de inclusão em sala de aula

A inclusão para os alunos com necessidades educacionais especiais em classes regulares de ensino nem sempre é uma realidade no nosso país, mas desde abril a Escola Municipal de Ensino Fundamental Cinco de Maio oferece o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), aplicado aos alunos surdos e ouvintes do 2º ano.

Os pequenos Amanda e Muriel dão uma “ajuda” à professora durante o exercício do ditado, que é feito em libras para testar os conhecimentos dos estudantes

Em uma turma de 20 alunos com idade entre sete e oito anos, dois são surdos. Desde o início do ano o aluno Muriel dos Santos está na turma da professora regular Suzana Mendel, e não estava sendo nada fácil para ele e para a turma a comunicação. “Ele não sabia nada, veio com gestos de casa, como para ir no banheiro, e comer. Nós notamos que estávamos com um problema muito sério, porque nós não entendíamos ele e ele não nos entendia, e ele também não lia, e não entendia nada”, conta Suzana.

A monitora que acompanhava o aluno só o entendia por gestos, mas foi quando ela saiu que o aprendizado de Muriel ficou mais afetado. Para a alegria de todos, em abril chegou a professora de Libras, Viviane Brentano, e com ela mais uma aluna surda: a Amanda da Silva. “A Amanda era de outra turma, e nós resolvemos trazer ela para aprender Libras também, e a mãe dela logo concordou”, explica a professora regular.

Os dois fizeram implante na tentativa de ajudar, o de Amanda deu parcialmente correto, e hoje ela escuta algumas coisas, mas Muriel não. Segundo a professora da turma, no início o ensino dos dois juntos era bem difícil, mas com o tempo foi melhorando cada vez mais. “Antes era bem complicado. No início do ano mesmo, a única coisa que o Muriel fazia era copiar o que a monitora escrevia, mas ele não entendia nada. E agora, com a Libras, eles todos se comunicam muito bem com ele e com a Amanda”, fala Suzana. A professora conta que já trabalhou com diversas inclusões, mas nunca uma ocorreu tão bem como essa.

A turma se encantou com a Libras, e todos já sabem o alfabeto, o seu nome, e diversos sinais. “Nós fazemos muitos ditados para estimular, e deu tão certo que as outras turmas também mostram realmente o interesse de querer aprender também. Foi quando nós fizemos uma oficina há umas duas semanas atrás com uma turma de primeiro ano, e pretendemos nas próximas semanas fazer uma oficina com outras turmas também, para que isso se torne uma inclusão geral na escola”, diz a professora regular.


A VERDADEIRAINCLUSÃO

Interessados em aprender, a turma adora as atividades de gincana, oficinas e trabalhos voltados a libras

A ajuda da professora de Libras, Viviane, se entendeu aos pais de Muriel, e há mais de três semanas eles estão aprendendo a língua para melhor se comunicar com o filho. “Eles não sabiam Libras, e agora eu vejo que o pai está aprendendo e aceitando mais. Desde a primeira aula que nós tivemos, o Muriel ficou até mais motivado”, conta Viviane. “A turma inteira se interessa em aprender Libras também, e isso é muito bom porque ocorre uma boa comunicação entre os ouvintes e os surdos. Ajudou bastante, além de intermediar a aula da professora”, diz a professora de Libras. Segundo ela, a inclusão foi tão verdadeira que despertou o interesse em outras salas.

Para o Muriel o acompanhamento especializado só deu bons frutos, e ele garante que está feliz aprendendo Libras, além de ter feito novas amizades. A colega ouvinte, Maria Eduarda Soares conta que também está adorando aprender Libras. “A gente não sabia falar com o Muriel e a Amanda que são surdos, ai chegou à professora Viviane e ajudou a gente a entender um pouco mais Libras. Eu sei várias coisas também, já até ensinei o alfabeto para os meus pais”, conta a pequena.

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