A Cooperativa de citricultores Ecocitrus assumiu publicamente a responsabilidade pelo mau cheiro que vinha sendo sentido pela população montenegrina nos últimos meses. Na tarde de quarta-feira, 30, a empresa teve uma de suas atividades suspensas pela secretaria municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Montenegro, após ser constatado que a aplicação de resíduo industrial em solo agrícola estaria causando o odor.
De acordo com o presidente da Cooperativa, Ademar Henz, o motivo do fedor é a falta de maturação do líquido aplicado no solo. “Nosso produto não está na maturação ideal para aplicação. O órgão ambiental nos solicitou que isso seja melhorado”, relata. Ademar afirma que medidas já estão sendo tomadas no intuito de resolver o problema e que em cerca de 60 dias um novo processo, utilizando biodigestores de gás, estará em funcionamento, o que permitirá a retomada dos trabalhos. “Hoje estamos investindo para que nosso processo se torne cada vez menos agressivo à natureza. Só que ao mudar de processo precisamos de um tempo para adaptação”, comenta.
Ademar reconhece a responsabilidade da empresa que representa, mas afirma que a Ecocitrus não é a única responsável por atividades que resultam nos odores sentidos em Montenegro. “A gente não se manifestou antes porque as pessoas já estavam nos acusando. A Ecocitrus sabe que tem participação nesse desconforto que está afetando a região, mas muitas vezes a gente é acusado e não é a culpada. Esse cheiro tem diversas fontes, não precisa ser necessariamente uma empresa”, aponta.
As demais atividades seguem normalmente. No primeiro momento, a empresa não sofrerá impacto financeiro, mas, se houver fechamento de unidades de recebimento. poderá vir a ter prejuízos. “A gente tem certeza que está no caminho certo do tratamento diferenciado e que teremos um produto que em curto prazo a gente vai poder aplicar sem odor”, conclui.
“As reclamações são recorrentes”
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Adriano Chagas, de 2017 até janeiro deste ano a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) teve três queixas protocoladas no CNPJ da Ecocitrus, referentes a atividade relatada acima. “As reclamações são recorrentes”, enfatiza o secretário. Em 2018 a secretaria de Meio Ambiente já havia enviado um ofício para Fepam alertando sobre o caso. Como medida, o órgão apontou a adoção de mudanças, que ainda estão dentro do prazo para serem implementadas, relata Adriano.
Foto:divulgação Ecocitrus