O pré-candidato ao governo do Estado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Jairo Jorge, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Ibiá nessa quarta-feira. O ex-prefeito de Canoas por duas gestões falou sobre suas estratégias para enfrentar, segundo ele, a maior crise na segurança pública vivida pelo o Estado. O político está cumprindo uma série de visitas por cidades gaúchas, entre elas, Montenegro.
Jorge lembrou o fato de, durante o governo de Alceu Colores (1991-1995), o efetivo da Brigada Militar ser de cerca de 30 mil homens. No final do ano passado, eram 15.800. “A população aumentou, nesses 20 e poucos anos, 25% e a Brigada Militar diminuiu o efetivo pela metade”, frisa.
Ele relaciona a questão com a figura do “cobertor curto”. “Tira brigadianos para levar para a Operação Golfinho e o interior fica desprotegido. Faz uma operação para tentar reduzir a violência em Porto Alegre que aparece nas manchetes, tira a segurança das cidades médias e pequenas”, comenta. Esse cenário, aponta, levou ao quadro de, no ano passado, terem sido registrados 180 assaltos a bancos no interior, quase um a cada dois dias.
Para tentar amenizar a situação, o pré-candidato afirma que pretende, se eleito, trabalhar em três eixos principais, valendo-se de experiências de cidades brasileiras e internacionais. Inteligência, informação e tecnologia, como o monitoramento eletrônico e o sistema de detector de tiros; policiamento comunitário e ostensivo; e educação, para tirar os jovens das ruas. Segundo ele, nos oito anos das suas duas gestões à frente da prefeitura de Canoas, a estratégia resultou na redução de 18% no número de homicídios.
Jairo Jorge também enfatizou a necessidade de ampliar o número de vagas no sistema prisional e de acabar com as lideranças de facções dentro das cadeias gaúchas. “Se não construirmos um novo sistema prisional, não teremos uma segurança efetiva”, resume. “Hoje, quem domina os presídios são essas facções. Elas detêm os presídios como um espaço de recrutamento, chega um jovem no presídio e cai nas mãos facção. Viram soldados, são treinados e preparados lá”, completa.