Duda volta ao futebol brasileiro após experiência na Bulgária

Recomeço. Lateral-direito de 24 anos assinou contrato com o Maringá-PR

O lateral-direito Eduardo Haas Gehlen, o Duda, está de volta ao futebol brasileiro. Depois de uma passagem rápida e conturbada pela Bulgária, o montenegrino de 24 anos assinou contrato de quatro meses com o Maringá e vai disputar o Campeonato Paranaense. Animado com a oportunidade, o jogador foi apresentado no início desta semana e já iniciou a preparação para o estadual.

Duda passou por quatro clubes em 2018, ano que considera “atípico” em sua carreira. O atleta defendeu o Operário-MS, o Grêmio Anápolis-GO, a Portuguesa-SP (não disputou nenhuma partida oficial) e por último o Dunav Ruse, da Bulgária. No Leste Europeu, o lateral teve sua primeira oportunidade fora do País. Foram três meses e meio de muito aprendizado em relação à cultura europeia dentro e fora de campo, mas também de frustração.

Quando chegou à Bulgária, em agosto, Duda passou por um período de adaptação e recebeu duas oportunidades com o treinador que comandava o time na época. O técnico acabou deixando o clube na sequência, e um novo profissional assumiu o comando do Dunav Ruse. A partir daí, o lateral montenegrino não recebeu mais chances na equipe. “Logo que chegou, o novo treinador falou ao presidente que não usaria os estrangeiros. Ficaram apenas dois africanos para compor o elenco. Eu, outro brasileiro e um francês acabamos não jogando mais”, conta.

Apesar da situação frustrante e do curto período, o atleta garante que aprendeu muito no futebol europeu. “Foi uma grande experiência, um aprendizado em geral. Lá, eles pensam futebol de uma forma diferente, a cultura é outra, dentro e fora de campo”, salienta.

A frieza é uma das características dos europeus, e isso chamou a atenção de Duda em sua passagem pela Bulgária. O jogador até passou por uma situação inusitada durante uma partida. “Eles gostam de futebol, mas encaram o esporte como uma profissão e pronto. Para nós, no Brasil, é uma paixão. No primeiro ou segundo jogo que fiquei no banco, precisávamos ganhar a partida. Fizemos um gol e levantei do banco para comemorar, aí os outros atletas ficaram me olhando e se perguntando por que eu e o outro brasileiro estávamos comemorando”, recorda.

A metodologia de treinamento e os cuidados com a parte física na Europa também são bem distintos ao modelo proposto na maioria dos clubes brasileiros, compara Duda. “Não precisa ter ninguém dando puxão de orelha (para cuidar com a parte física), como é no Brasil. A cultura de trabalho é um pouco diferente, sempre começam com dinâmica de passe e minijogo. Eles não têm o costume de treinar na academia, era muito treino funcional. A estrutura do clube era muito boa para trabalhar”, enfatiza.

Com idioma, o lateral não teve problemas. A maior dificuldade foi se adaptar à culinária búlgara. “Aprendi a falar as palavras de educação em búlgaro muito rápido. Complicava quando eles começavam a conversar em búlgaro, nas palestras, mas de resto foi tranquilo. Eles tinham um certo preconceito com estrangeiros. Lá se come muito frango e porco. Como é um país menor, não tem muitos lugares para criar o gado, então a carne de gado é muito cara. No restaurante típico que comemos, eu e o outro brasileiro tivemos alguns problemas estomacais, mas depois nos adaptamos”, acrescenta.

Antes de vestir a camisa do Dunav Ruse, Duda assinou contrato de dois anos com o clube búlgaro. Como não teria mais oportunidades com o novo técnico, o lateral tentou chegar a um acordo com o mandatário do Dunav para negociar sua saída, mas não teve sucesso. “O presidente me coagiu a rescindir o contrato. Ele disse que se eu não rescindisse, iria me tirar alimentação, moradia e não ia me pagar mais. Não consegui chegar a um acordo com eles, foi do jeito que eles queriam fazer”, lamenta.

“O Paranaense é uma visibilidade muito boa”
Duda trata a chance em Maringá como um recomeço. O contrato do lateral com o novo clube é válido até o final do Campeonato Paranaense. Na competição estadual, o jogador montenegrino terá adversários tradicionais do futebol nacional, como o Atlético-PR, equipe que disputa a Série A e é a atual campeã da Copa Sul-Americana, o Coritiba, o Paraná e o Londrina, clubes que estão na Série B do Brasileirão.

A oportunidade surgiu através de um convite do treinador Picoli, que trabalhou com Duda no Juventude. “Ele (Picoli) me ligou para vir para cá. Com certeza, o Campeonato Paranaense é uma visibilidade muito boa. O Maringá foi fundado em 2010 e tem uma estrutura muito boa, fiquei bem surpreso. Estou muito feliz com a oportunidade e com a situação em geral. Tem tudo para ser positivo, vou trabalhar para isso”, exalta.

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