Cerca de 80 pessoas participaram de uma caminha pedindo justiça pela morte da professora Aline Fabiana da Rosa Silva de Sá, de 39 anos. Ela foi vítima de atropelamento no último dia 4, durante um racha praticado próximo a sua residência, no bairro Senai, em Montenegro. Um ônibus trouxe colegas e amigos da educadora que era diretora na Escola Estadual Marcos Machado Coelho, em Triunfo.
A manifestação teve como ponto de concentração a Central de Polícia de Montenegro. De lá, o grupo se deslocou até o local onde Aline foi atropelada, na rua Campos Neto. “Queremos justiça. O que aconteceu não foi um acidente”, exclamavam os manifestantes, que carregaram faixas e balões.
Uma das organizadoras do manifesto, a empresária Gabriela Ramos, ressalta que o objetivo do ato é chamar a atenção das autoridades. “Esperamos que os órgãos competentes da cidade façam justiça. Aline perdeu a vida por culpa de uma pessoa que estava fazendo um racha, isso pra nós é inaceitável”, disse.
Aline foi lembrada pelo sorriso e pelas boas ações que costumava praticar na comunidade escolar. Há cerca de um ano e meio ela se mudou para Montenegro, mas manteve as amizades em Triunfo. “Ela era uma pessoa de luz e bondade, movida pela emoção”, desabafou Iara Schimdt, professora e amiga.
Na Campos Neto formou-se um circulo de pessoas no meio da via. Na calçada foram colocadas flores e cartazes, e amigos aproveitaram para prestar mais uma homenagem, através de falas e canções.
Família não se conforma com a morte de Aline
Para Sirlei Elizabete da Rosa, de 63 anos, mãe da professora Aline, o que aconteceu com a filha não foi uma fatalidade. “Não me conformo por ter perdido minha filha. Uma pessoa que faz um racha sabe que pode matar alguém. Se não fosse a minha filha, poderia ter sido qualquer um de nós”, desabafa. Para Sirlei, o que dá sentido a sua vida é saber que precisa cuidar da neta, que também acabou ferida no atropelamento.
A jovem de 16 anos está fazendo fisioterapia e tomando medicamentos para se recuperar de uma fratura no fêmur. Enquanto isso, a estudante precisa usar muletas para caminhar. A garota acompanhou a ação, mas não quis falar sobre as recordações do dia em que perdeu sua mãe.
Já o pai de Aline, Renato da Silva, de 65 anos, falou e se emocionou ao lembrar da filha. “Eu espero sensibilizar a justiça para que essa situação não seja banalizada. Estamos contando com o apoio da Polícia e esperamos que a justiça seja feita”, pediu Renato. “A maneira como tudo aconteceu é inaceitável. A quantidade de infrações de trânsito que esse cara tem é algo horrível”, conclui o pai, inconsolável. A avó materna de Aline, de 89 anos, também participou da caminhada.