Uma residência e um restaurante têm perdas totais depois do sinistro
Com o olhar triste, Augustinha Gislaine Rodrigues, 50, relata como foi a sua noite de sexta-feira, 24. Na ocasião, ela estava na casa do cunhado, enquanto que na sua residência, na rua Cristiano Matte, no bairro Industrial, estava o seu pai Claudionor Rodrigues, 79, e filho José Vitor Nunes, 13, que moram no local, além dos dois sobrinhos Maiara, 9 e Miguel Rodrigues, 4. A data ficará marcada, mas como uma triste ocasião em que a família perdeu tudo em um incêndio.
O fogo teve início na casa de Augustinha, nos fundos do quintal, e se espalhou para outra residência no mesmo terreno, em que mora a sua tia, Vera Rodrigues. Segundo a mãe dos pequenos, Iasmim Rodrigues, no momento em que se iniciou o sinistro, o seu avô estava deitado no quarto, e foi Maiara quem avisou. “Como ele usa bengala, até ele levantar e colocar roupa já estava alastrando. Nisso, a minha filha e o meu primo saíram correndo, e ela voltou e pegou o meu filho e saiu para a rua”, diz.
Os vizinhos foram quem tiraram Claudionor pelo muro dos fundos, pois pela frente já não dava mais. Eliel do Amaral, de 38 anos, relata que assim que o morador foi tirado, a casa desmoronou. A casa onde mora Vera, mais chamada de Verinha pelos vizinhos, também chegou a ser atingida pelo fogo. A mulher foi socorrida sem ferimentos. Ela e o irmão foram conduzidos ao Hospital Montenegro, mas sem ferimentos aparentes.
Augustinha teve um AVC, e ficou com problemas na locomoção. Além disto, descobriu há pouco tempo um tumor no cérebro, e todos os medicamentos, receitas e documentos se foram junto com a casa em que morava há 40 anos. “Tomamos remédio controlado. Ele toma para a pressão e estamos sem nada. Ele tem problema de coração”, conta.
Sem documentos, o idoso não consegue também receber a sua aposentadoria. “Estamos esperando o carro da [Secretaria Municipal de] Habitação vir aqui me buscar para me levar na delegacia para fazer a ocorrência para fazer novos documentos”, relata.
Ficando na casa da sobrinha Iasmim, Augustinha diz que a família está aceitando todo tipo de doações, como material escolar, material de construção, ajuda para buscar móveis doados, alimentos, roupas e calçados. Basta entrar em contato pelo número 997832543. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Montenegro, as chamas podem ter sido causadas pela fiação elétrica antiga do local.
Já na tarde de domingo, 26, o restaurante Drikah Gourmet, localizado na rua Osvaldo Aranha, no cruzamento com a Capitão Porfírio ficou totalmente destruído pelas chamas. O estabelecimento pegou fogo por volta das 17h. Prestes a completar 1 ano aberto, neste sábado 1°, o proprietário Volnei Ferreira teve que contar com esta adversidade.
Segundo ele, pouca coisa sobrou no empreendimento, sendo que 90% foi perdido. O prédio, locado, ainda contava com utensílios que estão sendo pagos, mas o dono busca reerguer o restaurante. “Temos intenção de fazer a limpeza, ver os gastos, e começar a levantar tudo de novo. Queremos voltar de novo”, conta.
Volnei acredita que o fogo tenha iniciado na churrasqueira, pois o fogo veio desta área, e no mesmo dia ela foi usada até às 14h. “Saímos às 16h30 e não tinha nada de fumaça e fogo, e quando era 16h50 me ligaram pra avisar do fogo, eu tinha recém chegado em casa”. Integrantes do Corpo de Bombeiros de Montenegro atuaram na contenção das chamas que, por volta das 17h45min já estavam controladas. O restaurante Drikah da rua Campos Neto, 216, no bairro Timbaúva, continua aberto normalmente.
Consciência e cuidado devem ser tomados
O fim de semana foi de intenso trabalho para o Corpo de Bombeiros Militar de Montenegro. Segundo o 1° Tenente Glaiton Silva Contreira, nem sempre o trabalho é assim, mas sempre há maiores picos de incêndios nos períodos de temperaturas mais elevadas. “O calor favorece muito a rápida propagação do incêndio. Às vezes, se a pessoa se descuidar e deixar o material elétrico ou eletrônico ligado que já está com algum problema elétrico, a temperatura faz com que ele se aqueça mais”, explica.
O Tenente Contreira conta que, no caso da situação de domingo no restaurante, a guarnição estava atendendo a outro incêndio em vegetação, no interior do município, e só tinha um bombeiro no quartel. “No momento em que houve o chamado um bombeiro que estava de folga, passou aqui e eles foram para prestar o primeiro atendimento até que a outra guarnição chegasse”, relata.
Ele pede que todos tenham consciência e evitem colocar fogo em lixos e queimar matos, pois isso afeta o trabalho da corporação. “Quando o chamado é longe, leva muito tempo, e às vezes perdemos tempo com algo que não tem tanta importância, e outros locais mais críticos faltam”, fala Contreira. Atualmente, o quartel montenegrino conta com quatro bombeiros trabalhando por turno.
Dicas dos Bombeiros para evitar incêndios
-Revisar a rede elétrica das casas e substituir o que está danificado;
– Evitar usar muitos equipamentos ao mesmo tempo;
– Evitar o uso prolongado do chuveiro;
– Fazer a limpeza do ventilador eventualmente;
– Fazer a manutenção profunda do ar-condicionado há cada dois anos e a limpeza do filtro a cada 30 dias;
– Evitar muitos equipamentos ligados na mesma tomada;
– Não fazer remendos de fios na rede elétrica ou em equipamentos.
