PASSAPORTE e “salvo-conduto” estão no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo
Dois documentos ligados à história de Brochier estão no acervo do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, em São Leopoldo, e chamam atenção da comunidade brochiense. Um deles é o passaporte de Auguste Brochier, datado de 1830. O outro é um “salvo-conduto” em nome do pioneiro, datado de 1931 e que permite sua viagem do Rio de Janeiro a Porto Alegre.
O passaporte, escrito em francês numa letra requintada, traz informações sobre a fisionomia do pioneiro – ele tinha cabelos escuros e 1,58 de altura – e foi carimbado em Nice, cidade na costa sudeste da França. O documento de Auguste foi localizado em uma caixa nomeada “Documentos pessoais” junto com carteiras de identidade, carteiras de trabalho e outros passaportes. Na mesma caixa estava o “salvo-conduto”.
“Sempre dizem: ‘se queres encontrar alguma coisa, procure outra’. Eu estava organizando alguns jornais da década de 1950 e, na mesma sala, estava um colega, o Frederico Fuhmeiseter, voluntário da parte da genealogia. Ele estava lidando com a tal caixa dos documentos pessoais. O Frederico gosta de ‘pensar alto’ e eu acabei ouvindo ele falar o nome de Auguste Brochier”, conta o auxiliar de pesquisa e conservação do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, o marataense Daniel Prass Schú. Ao verificar do que se tratava, ele descobriu tratar-se do passaporte de um dos colonizadores de Brochier.
Ao aprofundar a busca na mesma caixa, Daniel encontrou o documento que ele acredita ser um “salvo-conduto”. “O interessante é que data do dia 17 de setembro de 1831 e o passaporte dele é assinado em 26 de março de 1830. Então é um ano e meio depois, só que a viagem (da Europa para o Brasil) levava dois meses na época. Onde ele esteve nesse um ano e meio?”, comenta.
“Eu tento imaginar como esses documentos vieram parar aqui no museu”, diz Daniel. Segundo ele, a maior parte do acervo do museu é oriunda de doações que ocorrem desde o início da sua fundação, em 1959. “O Auguste teve 12 filhos, acredito que este item veio de algum descendente dele”, pondera. O auxiliar destaca, ainda, a importância dos documentos e do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo por armazená-los até a atualidade.
Documentos já eram de conhecimento de pesquisador
Apesar de soarem como novidade para parte da comunidade brochiense, os documentos em nome de Auguste Brochier já era de conhecimento do pesquisador Lauri Valdemar Krug. Junto com Mariana Augusta Brochier, ele trabalha na elaboração de um livro que contará a história da família Brochier no Brasil. O trabalho de pesquisa iniciou-se em 2013, instigado pela realização do 1º Encontro da Família Brochier.
De acordo com Lauri, a pesquisa é demorada porque poucos documentos sobre os irmãos Brochier são encontrados. Nesse sentido, a existência do passaporte de Auguste foi bastante importante. “Esse passaporte tem alguns dados importantíssimos que são motivo de pesquisa mais aprofundada”, revela.
Apesar das dificuldades, Lauri, que faz parte do grupo de pesquisa GenealogiaRS, conseguiu reunir documentos que remontam a 1660, contando a história da família Brochier na França, até papéis da primeira metade do século XIX. . “A gente descobriu muitas coisas importantes sobre a chegada deles. Tem algumas datas que você encontra que não se tem uma certeza absoluta, mas a partir de certo momento encontramos documentos que comprovam várias coisas que aconteceram, mas especificamente para a região do Taquari”, conta Lauri.
Segundo o pesquisador, o resgate do passado dos irmãos Jean Honoré e Auguste Brochier é importante para a própria história do Município de Brochier. Inclusive, a história dos irmãos Brochier será contata por meio de um livro escrito em conjunto por Lauri e Mariana. No entanto, ainda não há previsão de quando a obra será lançada.