Em Estrela. Natural de Montenegro, rapaz sofreu tentativa de homicídio por quatro jovens no final de semana
Com o rosto desfigurado, resultado de agressões covardes, dificuldades de falar, e a perspectiva de voltar em breve para o hospital por conta das fortes dores, não aliviadas apesar dos remédios receitados, o DJ Fernando Rustty, 22 anos, tenta se recuperar dos acontecimentos registrados na madrugada de domingo, na saída do bar Cia Pub, no Centro de Estrela. Por volta das 6h, acompanhado do amigo Vinicius Maassen, os dois caíram em uma cilada arquitetada por um jovem e mais três amigos, responsáveis por desferirem socos, chutes, além de golpes com taco e um pedaço de madeira.
Vinicius, protegido pelo amigo, conseguiu escapar correndo na tentativa de se salvar e buscar socorro, enquanto o DJ, sozinho, foi golpeado por cerca de três minutos. Só não morreu porque três meninas, que deixavam a festa, flagraram a situação e avançaram sobre os responsáveis, impedindo o desfecho trágico. Surpreendido, o quarteto saiu correndo em um Fiat Stilo, branco.
O jovem de Montenegro foi socorrido pelo Samu e atendido no Hospital de Estrela. Cerca de 24 horas depois ganhou alta, mas o DJ afirmou, por telefone, ao Ibiá, que deve voltar à casa de saúde em função do agravamento das lesões sofridas. Três ossos do rosto foram quebrados com a exigência de cirurgia para as próximas semanas, já que não há caráter de urgência. A família, que mora no Vale do Caí, foi até Estrela no domingo e deveria retornar ontem para novamente tomar as medidas cabíveis.
Ontem à tarde, Fernando esteve na delegacia local para fazer o registro do Boletim de Ocorrência por tentativa de homicídio, de acordo com o entendimento dado pelos policiais. O DJ revela que as agressões, na verdade, seriam endereçadas ao seu amigo, mas como interveio acabou sendo o alvo dos responsáveis.
Para ele, a justificativa disso tudo está em ciúmes e o desejo de vingança. Isso porque o amigo, Vinicius, era o ex-namorado da garota que atualmente se relacionava com o principal agressor. “O Vinicius entrou em confronto verbal com eles. Fui para cima dos caras para tentar defender eles, mas caí no chão e fui agredido enquanto o meu amigo conseguia fugir”, descreve o garoto.
Jovem conseguiu identificar dois dos agressores
Fernando Rustty acredita que as agressões tenham sido premeditadas pelo grupo, já que na saída da festa os dois encontraram o veículo em que estavam – um JAC sedan –, com os quatro pneus furados, o que impossibilitou qualquer tentativa de fuga. Ele garante que os dois não tinham qualquer desavença com o quarteto.
Dos quatro agressores, dois deles foram identificados por Fernando, que apesar da gravidade dos fatos não perdeu a consciência. Um é o atual namorado da ex do amigo, enquanto o outro fez check in em uma rede social juntamente com o agressor principal no mesmo momento. “A gente foi abordado por eles a cerca de 300 metros. Foi uma covardia sobre nada”, completa.
Ele diz ter certeza de que o objetivo do grupo era a agressão até a morte, já que os golpes foram dados somente na região da cabeça. Fernando, além de pedir socorro, ainda pedia para que parassem de lhe bater, que não aguentava mais, mas seu pedido não foi atendido. A sua sorte foi justamente a chegada de testemunhas.
Há apenas dois meses morando em Estrela, Fernando frequentava pela segunda vez o bar. Apesar da violência sofrida diz não ter medo de continuar morando no Vale do Taquari. Mas admite que o grupo pode voltar a lhe procurar, já que dois deles têm antecedentes policiais.