Paulo Ademir de Moura conseguiu fugir da polícia após abordagem em Sapiranga
A Polícia Civil divulgou, em suas redes sociais, a identidade do segundo suspeito de participação pela morte do inspetor Leandro de Oliveira Lopes, durante operação para cumprir mandado de prisão contra Valmir Ramos, vulgo “Bilinha”, 42 anos, integrante de facção acusado de homicídios e tráfico de drogas. O crime ocorreu em um sítio na localidade de Matiel, em Pareci Novo.
Paulo Ademir de Moura, 36, apontado como comparsa de Bilinha, possui cinco mandados de prisão por homicídio. No final da tarde de sexta-feira, o indivíduo consegui, mais uma vez, fugir da Polícia, desta vez em Sapiranga. Ele estava em um sítio semelhante ao do município do Vale do Caí, na volta de um morro e com mata fechada.
Após receber informação, um grupo tático formado por cerca de 50 agentes ingressou na propriedade. O suspeito fugiu, mas sem tentar atirar, ao contrário do ocorrido no Pareci. Foi realizado um cerco. Na fuga ele deixou cair um carregador de cartucho de 9 milímetros, a mesma usada para atirar contra os policiais na quarta-feira. Ele conseguiu entrar em uma casa, onde fez uma menina refém. Lá, Paulo perdeu uma sacola cheia de munição do mesmo calibre. A vítima reconheceu o homem por fotos. Mais tarde, ele rendeu um motociclista e o obrigou a levá-lo para fora da cidade.
“Seguem as investigações e aos dois. Temos checado todas as informações e, logo que possível, vamos a procura deles para tentar prendê-los o quanto antes”, comenta o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, Fábio Motta Lopes.
Para ajudar
Quem tiver informações que possam levar aos suspeitos, deve entrar em contato com a Polícia Civil pelo 197 ou com a Brigada Militar pelo 190. O sigilo da identidade é garantido.
Possibilidade de “fogo amigo”
A possibilidade do inspetor ter sido alvejado por um colega é considerada na investigação a respeito de sua morte. O caso está a cargo da Delegacia Regional do Vale do Caí (1ª Região Policial) e o delegado regional Marcelo Farias Pereira confirmou a informação.
Além da necropsia, a Polícia enviou para exames o colete usado por Oliveira (que foi transpassado) e o projétil retirado de seu corpo. O delegado observa que, devido ao impacto, a munição foi bastante deformada e somente teste balístico revelará o calibre. “Se for 9 milímetros então é dos marginais. Se for 556 (fuzil), pode ser da polícia”, explicou. “Todavia, comprovado que tenha sido tiro de fuzil, não está afastada a possibilidade de o disparo ter partido da quadrilha que se escondia na chácara, na comunidade do Matiel. Isso por que já não é novidade no Brasil que criminosos portem armamento longo com esse poder de fogo”, completa.
O diretor do Departamento de Polícia Metropolitana segue esse raciocínio. “Genericamente, sempre que se inicia um trabalho de investigação, nada se descarta. Isso para qualquer investigação. Mas, primeiro precisamos saber o calibre da arma (da qual saiu o tiro). Se for 9 milímetros, a Polícia não usa esse tipo de armamento, o mesmo utilizado pelo Valmir e pelo Paulo”, comenta Motta.
*Colaborou Andressa Kaliberda