O governo do Estado e a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) começaram nesta terça-feira, dia 11, o debate sobre a retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul, em modelo híbrido. Bastou o anuncio a respeito desta intenção para iniciar a polêmica nas redes sociais, com muitos pais se opondo aos filhos voltarem às escolas durante a pandemia e o Sindicato dos Professores assinalando o risco que as comunidades escolares representam no que tange aumentar a proliferação do novo Coronavírus.
Na reunião virtual, foram apresentadas algumas sugestões de datas e possibilidades, que agora serão debatidas dentro das 27 associações regionais de municípios. O retorno destas organizações deve ser analisado, novamente, em reuniões que ocorrerão ao longo das próximas semanas. A sugestão inicial apresentada pelo Estado propõe o retorno, gradual e escalonado, a partir de 31 de agosto, para as redes pública e privada (veja tabela abaixo). Ele ocorreria somente nas regiões que estiverem em bandeira Amarela e Laranja.
Mas, caso todas as regiões Covid estejam nesta classificação do modelo de Distanciamento Controlado entre setembro e dezembro, o valor para investimento na rede estadual terá um custo extra de R$ 270 milhões, incluindo a compra de equipamentos de proteção individual para alunos e professores. Outro investimento é a aquisição de 50.000 notebook’s para os professores. O governador Eduardo Leite argumentou que o nível de exposição presencialmente será reduzido, com a divisão em turnos e horários.
Cpers se opõe ao retorno agora
Por volta das 16 horas, o sindicato do professores lançou nota repudiando uma decisão equivocada. Em seu Facebook, o Cpers afirma que o governador contraria os resultados de sua própria consulta – realizada em julho com Secretarias, conselhos municipais e entidades empresariais. A entidade ressalta que, não apenas a pandemia está distante do pico, como ela se alastra de forma acelerada pelo Rio Grande do Sul.
“Com efeito, não existe qualquer evidência de que o estado e o país tenham condições de retomar as atividades”, diz o texto. Fatores que devem ser considerados, é que muitos docentes pertencem a grupos de risco, assim como alunos que convivem em casa com idosos. Esses elementos orbitam dentro de um cenário onde, conforme análise do Dieese, 3,5 milhões de gaúchos circulam nesta linha de frente do contágio. “Destes, 500 mil são idosos que vivem na mesma residência de estudantes e docentes”, finaliza.
Cronograma proposto de retorno às aulas
31/8 – Ensino Infantil (público e privado)
14/9 – Ensino Superior (público e privado)
21/9 – Ensino Médio e Técnico (público e privado)
28/9 – Ensino Fundamental – anos finais (público e privado)
8/10 – Ensino Fundamental – anos iniciais (público e privado)