O programa Estúdio Ibiá, na Rádio Ibiá Web, ouviu nesta terça-feira, dia 8, a médica Cynthia Molina Bastos, diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). Ela defendeu a eficácia das vacinas contra Covid-19, especialmente as pediátricas, destinadas as crianças de 5 a 11 anos; além de garantir que não causam risco.
A entrevista começou pelo avanço da variante Ômicron do novo coronavírus nesta faixa etária, que agora passou a ser evidenciada. Cynthia observa que as crianças foram o maior grupo na campanha “fique em casa”, criada no início da pandemia, em março de 2020. Mas agora já estão expostas, retornado as aulas presenciais, mas na maioria sem ter sido vacinada.
Inclusive, na pandemia as redes de saúde tiveram queda nos quadros virais pulmonares frenquentes, como Bronquiolite e Síndrome Respiratória. “A gente tinha as crianças muito mais protegidas naquele primeiro momento”, afirma. Este cenário já se reverteu, com mais Síndromes ligadas ao coronavírus e internações, quadro que nos bebês é grave. Entre os maiores, as complicações mais graves são naqueles com comorbidades.
E a diretora do CEVS salienta que há óbitos de crianças. O que talvez aconteça em termos de repercussão é a redução do seu impacto após milhares de mortes de adultos. Ela reafirma a eficácia dos imunizantes para reduzir os efeitos e sequelas da doença.
Não há efeitos adversos e risco
Como a imunização das crianças começou apenas em 19 de janeiro, devido ao atraso criado pelo próprio Ministério da Saúde, o efeito na proliferação do vírus ainda não é visível. Da mesma forma, o percentual de vacinados é indefinido. Dados apontam para menos de 20% de crianças vacinadas no Brasil e cerca de 10% no Rio Grande do Sul. Cynthia acredita que há déficit de dados, diante da grande procura percebida nos postos.
A projeção inicial no Estado era completar o esquema vacinal de duas doses até julho. Mas tudo dependerá do envio pelo Ministério. Outra observação da médica é em relação ao conceito aplicado aqui, que busca criar uma experiência positiva às crianças, entre as quais há muitas abaladas por perdas na família. “Para que tivesse o tempo da criança. A velocidade da criança”, explica. Não foi adotado, por exemplo, a agitação do sistema de drive-thru.
A diretora garante que os pais não têm nada a temer, pois o único evento adverso tem sido dor no local e cansaço. Em relação a problemas cardíacos, garante que os casos raros pelo mundo foram apenas no grupo adolescentes. Ela esclareceu, ainda, sobre os 20 minutos de retenção da criança no posto, após a aplicação, explicando que é um procedimento de segurança para qualquer vacina. “Sempre que se expõe uma criança ou adulto a algo novo, uma reação alérgica tende acontecer nos primeiros 10 ou 15 minutos”.
Montenegro amplia idade
Até ontem Montenegro já havia vacinado 459 crianças entre cinco e 11 anos: 120 com comorbidades e 339 sem comorbidades. E hoje o município amplia a imunização para todas a partir de oito anos. No caso dos dois grupos é preciso agendar pelo telefone 3632-0138, das 8h às 12h e 13h às 16h. A aplicação é realizada em espaços exclusivos nos postos do Germano Henke e do Industrial. Já os grupos adolescentes com mais de 12 anos, adultos a partir de 18, idosos e pessoas com comorbidades ou imunossuprimidos são vacinados apenas na Secretária de Saúde (até as 17 horas) e no posto do Centro (até 21 horas). Isso vale para primeira, segunda e terceira dose.