Confraternização do amor. Com decorações simples ou excêntrica, a data revela a magia e o espírito da época
Aproximam-se as festas natalinas. Nas ruas, casas e prédios, os enfeites como pisca-piscas, papais-noéis, árvores de Natal e guirlandas, por exemplo, dão espaço para a magia da época, que agrada aos olhos de muita gente. Nesse período, seja com grandes ornamentações ou simples adereços, duas famílias de diferentes realidades mostram a verdadeira essência do Natal: a confraternização do amor.
Adulto ou criança, quem passa à noite pela rua Luiz Hadrich, no bairro São Paulo, facilmente se encanta pela riqueza de detalhes da decoração da casa do aposentado Natalício Pereira David, 64, também conhecido como Pingo. Há cerca de 20 anos, ele não mede esforços para tornar o lugar o seu mundo mágico particular, cheio de luzes. “A minha mãe sempre gostou de decorar a casa para o Natal, e eu acabei herdando isso dela”, conta o aposentado.
Durante o dia, é difícil imaginar que, quando o sol se põe, aquele cantinho se transforma em uma espécie de “Mini-Natal Luz” de Montenegro. Entre os enfeites, é possível achar de tudo, desde Papai Noel no balanço, alpinista, ciclista até árvores com diferentes jogos de luzes e uma passarela também iluminada, que mais parece um convite para entrar no mundo mágico do seu Natalício. Dentro da residência, o clima não é diferente. No cantinho, uma árvore acompanhada de um presépio que evidencia a paixão que o aposentado e a esposa, Inês da Cruz David, 64, possuem pela data.
“Essa é uma forma de demonstrar carinho e deixar tudo lindo para o nascimento de Cristo”, disse Inês, que dispensou adjetivos como “luxo”, atribuído à decoração. “Nós fazemos isso de coração, e não é o glamour ou coisas materiais que representa o Natal, é o espírito, é a alegria de estar com quem amamos”, destaca a aposentada.
No outro lado da cidade, assim como na casa do seu Natalício, a beleza das luzes além de encantar, revela a essência do Natal compartilhada pelas duas diferentes famílias. Na rua Otaviano Moojen, no bairro Industrial, o caldeireiro Cleber Rodrigues, 35, não mediu esforço para tornar a data ainda mais iluminada a pedidos das filhas, as pequenas Bryana e Talita Rodrigues, 7 e 4 anos respectivamente. “Elas viram algumas casas decoradas e me perguntaram por que não tinha nada na nossa casa”, recorda o pai coruja, que decidiu fazer uma surpresa.
Inicialmente, a ideia foi comprar pisca-pisca pela internet, à prova d’gua, mas a demora para chegar e o valor muito alto não permitiu, assim, ele acabou comprando um mais em conta para colocar o plano em prática. “Enquanto elas estavam na creche, foi então que pendurei eles [pisca-piscas] na frente de casa e, quando elas chegaram, liguei”, conta Rodrigues sobre o episódio. “Foi uma alegria só, elas ficaram loucas de faceiras”, acrescenta.
Residente no bairro desde que nasceu, essa é a primeira vez que Rodrigues decorara a casa. Um pisca-pisca simples, colocado na frente de casa para, além de tornar o lugar mais alegre, iluminar a vida das filhas.
Para o seu Cleber, a data representa amor, paz e a união da família. “Sempre comemoramos com a família, na casa da minha avó em Santa Catarina”, detalhe Rodrigues, que pretende seguir os próximos anos decorando a casa.
Tempo de esperança
Nessa época do ano, são comuns as trocas de presentes que já se tornaram um dos símbolos do Natal. No entanto, para dona Inês da Cruz David, católica praticante, a mensagem é outra. “Que as pessoas tenham esperança para a chegada do novo ano, e que não se desmotivem, passando a acreditar que cada dia, um após o outro, será melhor”, disse a aposentando, que se emocionou.
Guirlandas
Conforme registros, o uso das guirlandas é mais antigo do que a tradição natalina. Na Grécia, os pagãos colocavam a decoração nas portas de suas casas para desejar boas vindas aos deuses, atraindo eles para suas casas. Já em Roma, as guirlandas tinham um significado de saúde. Acredita-se que a relação com o Natal esteja nas folhas de azevinho da paixão de Cristo.
De onde vem essa tradição?
Repleta de luzes e brilhos, o Natal encanta praticamente a todos. Mas afinal, de onde vem essa tradição de enfeitar ruas e casas nessa época do ano? Confira a origem e significados de alguns dos símbolos mais utilizados no Natal:
Árvore de Natal
Enfeitar árvores é um ritual muito antigo, presente em praticamente todas as culturas e religiões pagãs, para celebrar a fertilidade da natureza. Conforme os primeiros registros, sua adoção pelo cristianismo vêm do norte da Europa (terra dos pinheiros, a árvore de Natal clássica), no começo do século 16 – mas apesar disso, tudo indica que a essa altura, a prática já era uma tradição medieval.
Presépio
O símbolo mais tradicional e importante do Natal é o presépio. Utilizam-se os presépios com o intuito de representar o nascimento do Menino Jesus. São Francisco do Assis foi o primeiro a montar um, em 1223, cuja intenção era celebrar o Natal de um jeito realista, imitando o cenário do nascimento de Cristo, relatado pelos três Reis Magos.