Elas se conhecem há mais de 12 anos. São amigas e parceiras de atividade física. Encontram-se duas vezes por semana e, durante uma hora, lideradas pela educadora física Lisiane Fell, fazem uma lista diversa de exercícios, realizados entre muitas risadas. A aula DNA é para quem já passou dos 60 e aberta para homens e mulheres, mas, na prática, o número não importa tanto assim e são elas a compor a turma. Vale mesmo a convivência e o ímpeto de não parar.
Quem vê Jandira Klafke, de 71 anos, dançando e fazendo todos os exercícios não imagina que há cerca de um ano e seis meses ela teve uma fratura de fêmur. Sua recuperação é explicada justamente pela prática esportiva. Por 28 anos ela fez hidroginástica e há 11 está na DNA. Claro que tudo é no ritmo dela, respeitando suas limitações, mas parar é algo que passa longe dos seus pensamentos. Em especial porque ela tem grandes amigas. “Aqui tenho amizades de 11 anos. Fiquei um tempo mais parada, por uma cirurgia no fêmur, mas, devagarinho, já estou de volta”, conta Jandira.
Maria Clair da Silva Anschau, de 69 anos, vai a pé para aula. E animada, garante ela. É que o exercício não lhe cansa, ao contrário, afasta as dores e traz disposição. “Tenho problema de osteoporose no quadril e na coluna. E se não vier na aula, fico ruim. As dores pioram”, relata ela, lembrando que a aula passa rápido, já que brincam muito. A colega Araci Alves dos Santos, de 78 anos, concorda. “Entrei no grupo logo que começou. Não saio de jeito nenhum. Somos uma família. A saúde balança, mas eu não desisto”, brinca Araci.
Muitas histórias de vida ali presentes são de superação, de transformar a doença em vontade de viver. Uma delas é de Maria Inês Machado da Silva, de 62 anos. Ela entrou no grupo há 13 anos, quando da descoberta de um câncer de mama. Naquele momento, lhe valia muito o contato com outras mulheres e a vontade de deixar a doença no passado. Lutou. E venceu. “Comecei e não parei mais”, resume ela. A torcida uma a outra, às vezes uma oração. Tudo está presente. Menos a tristeza.
Esforço que as mantêm independentes
“É determinação da atividade física. Mas também em se manter em atividade na sua vida, na sua rotina. Algo que é importante pra qualquer pessoa”, conta Lisi Fell, que acompanha a turma por mais de uma década. Atualmente, os encontros ocorrem nas segundas e quartas-feiras, às 8h30min e, também, às 16h45min, na academia Studio Fitness.
Nos encontros de uma hora de duração, as 26 alunas dos dois turnos fazem atividades diversas. Dançam, fazem treinamento funcional, Pilates, exercícios respiratórios, alongamento e movimentos do Tai Chi – uma arte chinesa que combina exercícios corporais milenares – entre outras práticas. “São muitas atividades. Trabalhamos a função cardiorrespiratória, força, equilíbrio e a movimentação que elas precisam. O simples ato de sentar e levantar sem dificuldade ajuda para que elas não cheguem a depender de outras pessoas na rotina do dia a dia”, destaca Lisi Fell, que é pós-graduada em Atividade Física e Saúde, e em Personal Trainer.