Demarcação é alternativa para aumentar vagas

Estacionamento. Montenegro pretende seguir o exemplo de cidades como Cachoeira do Sul e São Sebastião do Caí

Uma medida simples pode facilitar a vida de muitos motoristas e driblar a falta de locais para estacionar. A demarcação das vagas de estacionamento otimiza espaços e possibilita o aproveitamento por um número maior de condutores. Contudo, é preciso bom senso para respeitar limites e fiscalização para os “espaçosos” que ultrapassam as barreiras delimitadas na pista.

Recentemente, a discussão sobre o espaço ocupado por dois carroções do catador de produtos recicláveis Ezequiel Schneider, conhecido em Montenegro pelo apelido de “Mortadela”, fez ressurgir o tema da falta de vagas para estacionar no Centro da cidade. O aumento da frota de veículos e a falta de controle sobre o tempo que cada carro permanece parado agrava ainda mais a situação. A ocupação inadequada também gera transtornos, pois certos condutores posicionam seus automóveis onde caberiam vários outros.

Para o montenegrino Paulo Roque Nunes, resolver esse problema é algo simples. “Um homem, uma lata de tinta e um pincel aumentaria as vagas em, no mínimo, 30%, a julgar pela distância que os motoristas estacionam”, explica. Porém, a Administração Municipal, por meio do Departamento de Transporte e Trânsito (DTT), diz que esta mudança não é tão simples assim e que é preciso aguardar. “As ruas da área central onde terá Estacionamento Rotativo Pago, serão demarcadas pela empresa vencedora da licitação. As demais ruas poderão receber estas demarcações num segundo momento pela secretaria de obras/DTT”, informa o diretor do DTT, Airton Vargas.

Em entrevista ao Jornal Ibiá, em outubro do ano passado, o diretor afirmou que a Administração pretende implantar o Estacionamento Rotativo Pago no primeiro trimestre deste ano. Enquanto em Montenegro a demarcação parece estar longe de ocorrer, cidades como Cachoeira do Sul, na região do Vale do Jacuí, São Leopoldo, na região metropolitana, e São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, já contam com o modelo. Porém, um dos problemas enfrentados por lá é a falta de fiscalização.

Para os usuários, eficácia das demarcações seria maior, não fossem os maus motoristas
Conforme o jornalista Vinícius Severo, de 34 anos, editor de política do Jornal do Povo (JP), de Cachoeira do Sul, a demarcação de vagas para carros foi feita no ano de 2016 – para motos já existia desde 2007 – por iniciativa do setor de trânsito municipal e abrangeu as principais vias do Centro da cidade. Na época, havia muita reclamação das entidades empresariais com relação à falta de vagas.

A Prefeitura conseguiu pintar diversas vias em parceria com as próprias empresas, que doaram a tinta. A ideia era, com a delimitação, ocupar melhor as vagas. “Dá para afirmar que houve melhora, mas a cidade sofre com a falta de estacionamento devido ao elevado número de veículos no município”, relata o jornalista.

Vista de uma das ruas de Cachoeira do Sul onde há demarcação

A situação melhorou, mas ainda é preciso mais, observa Vinícius. “Não há uma fiscalização efetiva da utilização das vagas demarcadas”.
Em São Leopoldo a situação não é diferente. Por lá, as ruas principais também são delimitadas, mas para muitos motoristas se adaptar às regras parece algo difícil. “Este tipo de marcação seria muito eficaz se o mesmo fosse respeitado, porém o que vemos são carros estacionados entre as marcações”, opina Elisandro Souza, piloto comercial, morador de São Leopoldo. Apesar da falta de fiscalização, Elisandro é favorável ao sistema.“A meu ver no momento em que você delimita espaço o aproveitamento do mesmo é maior, evitando que em muitos casos, um carro ocupe o espaço de dois por estar mal estacionado”, conclui.

Sistema é avaliado como positivo no Caí
O secretário municipal de Planejamento e Ouvidoria de São Sebastião do Caí, Fernando Cofferri, relata que cerca de dez ruas, na área central, possuem demarcações. Há delimitações de vagas normais, paralelas aos passeios e também para estacionamento em oblíquo. O sistema começou a ser definido em 2010, quando ocorreu a implantação de mão única, em algumas ruas da área central.

Pelo menos dez ruas do Caí contam com a delimitação de vagas

Na cidade, o motorista que não respeita os limites está sujeito a uma advertência do órgão fiscalizador e posteriormente a multa de trânsito. Por educação ou por receio de “sentir no bolso”, o fato é que grande parte dos usuários acaba ocupando apenas o local que lhes é de direito. Contudo, como não poderia ser diferente, existem as exceções. “Sempre existe casos de motoristas que não respeitam a sinalização da via, principalmente motos que estacionam de forma irregular nesses locais”, sublinha Fernando.

De acordo com o secretário, as demarcações nas vias melhoraram as condições de estacionamento no município sem demandar um grande volume de investimentos.

“As pinturas, demarcações e sinalização são feita pela secretaria de Obras do município, com mão de obra própria”, detalha.

Últimas Notícias

Destaques