De folga, policial militar salva criança de engasgamento

Caso aconteceu no feriado de 2 de novembro, em Triunfo, onde Hamina Cardoso trabalha desde que ingressou na Brigada Militar

“Hamina foi uma heroína. Se não fosse por ela minha filha não estaria viva hoje”. Foi com estas palavras que Adriana Freitas reconheceu a atitude da policial militar Hamina Cardoso, que no feriado de Finados, 2 de novembro, ouviu os gritos de socorro da vizinha e saiu correndo para socorrer a filha de Adriana, que havia se engasgado com uma tampa de garrafa pet.

O dia pareceria mais um de descanso, tanto para Adriana, que é professora, quanto para Hamina, BM do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) há nove anos e meio.

Enquanto Adriana aproveitava o dia de sol na varanda da casa com a cunhada, Hamina estava de folga e organizava o lar. Na casa de Adriana, a calmaria foi interrompida quando a filha dela, de apenas 8 anos, foi até a varanda, já com fio de voz e expelindo um pouco de sangue.

Hamina deixou o filho de 4 anos na casa da vizinha, onde ele ficou brincando. Adriana não sabia exatamente o que tinha acontecido com a filha. Percebeu que ela estava cada vez mais fraca e sem respirar. Sem saber como agir ela lembrou-se da vizinha e saiu pela rua chamando por ela.
– Socorro! Socorro! Hamina…

Hamina ouviu o seu nome sendo chamado e acudiu a vizinha.

Imediatamente, a dona de casa cedeu espaço para a policial treinada e com habilidade. Hamina não pensou duas vezes ao identificar a situação e iniciar os procedimentos para que a menina expelisse o objeto que impedia a respiração.

Não havia tempo para chamar o socorro. Hamina foi precisa ao pedir ajuda de um motorista que passava por lá. Sem deixar de tentar desobstruir as vias aéreas da menina, embarcaram no carro: Hamina, Adriana e a menina.

Pouco antes de chegar ao hospital, a criança conseguiu expelir o objeto. Uma tampa de garrafa de água mineral. No mesmo instante, ela voltou a respirar. Mãe e filha foram até o hospital onde passaram por atendimento médico.

Hamina, com a boa vontade do motorista que as levou ao centro médico, voltou para casa. “A gente vê exemplos de como fazer quando uma criança engasga, mas quando acontece não sabe o que fazer”, conta Adriana. Ela revela que a própria filha relembrou o dia e contou que quando Hamina iniciou os procedimentos a respiração ficava menos difícil.

“Fiz nada demais”, conta a policial Hamina
Preparada para enfrentar dezenas de adversidades dia a dia, a policial Hamina Cardoso, com quase dez anos de experiência na segurança pública, conta que agiu por instinto. “Para nós, claro, somos preparados para agir no momento em que a pessoa está precisando. Eu agi, fiz tudo, mas [a gente] não pensa no depois. Pensa em sanar aquela dificuldade para solucionar o problema da pessoa. E foi o que aconteceu”, conta ela.

Depois que a história dela, de Adriana e da criança foi compartilhada pelas redes sociais, a comunidade, não só de Triunfo, mas de toda a região repercutiu a ação da policial. Hamina conta que ficou impressionada e não imaginava que um ato deste pudesse ter tanta visibilidade. “A minha sensação, particularmente, é de que fiz nada demais. Por mais que eu seja preparada, só vamos saber qual vai ser a nossa reação quando nos depararmos com a situação. E graças a Deus ocorreu tudo bem”, relembra ela.

A PM conta que durante todo o tempo em que atua na Brigada Militar, nunca tinha se deparado com uma situação parecida. “Fico feliz em ter podido ajudar essa família e é muito gratificante esse reconhecimento da comunidade”.

Manobra de Heimlich em bebês
1- Apoiar o bebê no braço, com a cabeça mais abaixo que o corpo, tendo o cuidado para manter a boca do bebê aberta;
2- Aplicar cinco batidas com o calcanhar da mão nas costas do bebê, na região entre as escápulas;
3-Virar o bebê com a barriga para cima mantendo a inclinação original e a boca aberta, iniciar cinco compressões no osso do peito da criança, logo abaixo da linha imaginária traçada entre os mamilos;
4- Repetir o ciclo até o bebê expelir o objeto;
Caso haja alguma complicação, acione a emergência pelos telefones 192 ou 193.

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