Cuidados e emoção marcam volta das aulas presenciais

Retorno. Centenas de alunos retornaram às instituições de ensino nessa segunda-feira

A manhã dessa segunda-feira, 3, marcou o retorno dos alunos às aulas presenciais em Montenegro. Com todos os protocolos sendo respeitados para evitar o contágio do novo coronavírus, centenas de jovens retornaram às escolas da rede municipal de ensino. Na EMEI Esperança, no bairro Senai, a expectativa da direção era receber 50 alunos das turmas do Jardim pela manhã e outros 50 no turno da tarde.

Nessa retomada, as crianças são levadas à escola pelos pais ou responsáveis, que acompanham os pequenos até a porta da sala de aula. Ao chegarem na instituição, os alunos e seus responsáveis passam por medição da temperatura corporal e precisam higienizar as mãos para, então, serem liberados para acessar as dependências da escola. Vale lembrar que o uso de máscara é obrigatório para todos os níveis de ensino, exceto para os alunos da Educação Infantil. “É uma mistura de sentimentos. Vínhamos nos organizando e nos preparando há bastante tempo (para o retorno das aulas presenciais). Agora, vamos nos adaptar na prática. Estávamos todos ansiosos, e acredito que vai dar tudo certo se todos cumprirem os protocolos”, destaca Gabriela Brandt Lopes, diretora da EMEI Esperança.

O calendário elaborado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) possui três datas de retorno às atividades presenciais nas escolas de Educação Infantil. Nessa segunda voltaram os alunos dos Jardins; dia 10, retornam os Maternais; e dia 17, os Berçários. Nas instituições de Ensino Fundamental, serão quatro momentos: dia 3, voltaram os Jardins, 1º e 2º anos; dia 10, os 3º, 4º e 5º anos; dia 17, os 6º e 7º anos; e dia 24, os 8º e 9º anos.

Tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental, o modelo será híbrido, ou seja, com aulas presenciais nas segundas, terças, quartas e quintas-feiras; e à distância nas sextas-feiras. A única escola de Montenegro que não terá aula presencial neste momento é a Adolfo Schüler, no bairro Panorama, que está em obras. No mês de fevereiro, iniciou a substituição do telhado, reforma que só será concluída em algumas semanas.

Todos os alunos passam por higienização e medição da temperatura ao chegar nas escolas

Aluna do Jardim 2B da EMEI Esperança, a pequena Kerolyn Fiuza Kruger, de apenas 5 anos, celebra o retorno ao ambiente escolar. “Liguei pra profe esses dias porque estava com saudade dela, das atividades”, afirma. A professora de Kerolyn, Ilaine Leonhardt, reforça o discurso da jovem. “Ela pegava o celular escondido da mãe e fazia videochamada. Senti muita falta deles. Desde o início da pandemia eu estava querendo voltar às aulas presenciais”, declara.

A diretora Gabriela Brandt Lopes torce para que não haja uma nova suspensão das aulas presenciais. “Atendemos 215 crianças e 100 vão retornar presencialmente. Já esperávamos a volta em 8 de março, mas como não aconteceu, fomos nos preparando. Recebemos do Município os materiais de higiene e EPI’s, então já esperávamos essa retomada. Tomara que agora não fechem de novo as escolas, isso afeta muito a questão psicológica das crianças”, pontua.

“Em casa fazemos o possível, mas não é a mesma coisa”
Por mais de um ano, os pais “atuaram” como professores em casa, a fim de auxiliar, incentivar e ensinar os filhos com as atividades escolares propostas nas aulas remotas. A volta dos pequenos às escolas tem a aprovação de muitos pais, principalmente os que trabalham fora de casa e precisam conciliar seus afazeres com as tarefas dos filhos.

Distanciamento é respeitado dentro das salas de aula nessa retomada

Vânia de Oliveira tem três filhas no ensino fundamental. Uma é aluna do 1° ano, outra de 4° ano e a terceira cursa o 8° ano. Durante a pandemia, ela precisou contratar uma professora particular para auxiliar a pequena Jamile de Oliveira, de seis anos, aluna do 1° ano da EMEF Aurélio Porto. “Acho que já estava na hora de retornar. Em casa fazemos o possível, mas não temos tempo, não é a mesma coisa. A volta das aulas presenciais é uma carga a menos para nós, pais”, salienta.

A diretora da escola Aurélio Porto, Andreia Kerber Oliveira, explica que a instituição adotou o escalonamento das turmas. Nessa primeira semana, serão 10 alunos do 1° ano e mais 10 do 2° ano com aulas presenciais. A merenda será disponibilizada aos estudantes no final do turno. Recreio não haverá num primeiro momento, enquanto a Educação Física ocorrerá somente a partir da próxima semana.

Aluna da escola Aurélio Porto corre para matar a saudade dos colegas e professores

Funcionária da escola e mãe de dois alunos que estudam no Aurélio Porto, Joseane de Vargas também concorda com o retorno das aulas presenciais. “Em casa é diferente, muitas vezes eles não querem fazer as tarefas e nós não temos a habilidade de um professor. Nesse período eu estava trabalhando na escola, mas era plantão. Agora é integral e muito mais trabalho com a limpeza e higienização do ambiente”, ressalta.

O prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, garante que a volta às aulas é necessária para frear os prejuízos que as crianças estão vivendo no processo de aprendizagem e pela interrupção do convívio social normalmente proporcionado pelas escolas. “Vamos precisar do apoio das famílias, dos professores, dos funcionários e dos próprios alunos para que o ensino presencial seja permanente. Se cada um fizer a sua parte, todos serão beneficiados”, declarou.

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