Cufa e entidades da Segurança Pública promovem ação social na Travessa Steigleder

MUDANDO as manchetes: notícias positivas 

“O que esse monte de polícia está fazendo aqui?”. Calma dona Maria, trata-se de uma ação, promovida pela Central Única das Favelas (Cufa), com patrocínio da Braskem e parcerias da Polícia Civil, Brigada Militar e Susepe. O questionamento da moradora da Travessa José Pedro Steigleder, no bairro Cinco de Maio, chega acompanhado de certa desconfiança já que, em geral, a polícia aparece por lá para procurar infratores. Mas, dessa vez, o objetivo foi outro: levar mais de 100 kits de alimentos, higiene e limpeza, e mostrar que os agentes da Segurança também estão preocupados com o lado social da comunidade.

O coordenador da Cufa em Montenegro, Rogério Santos, relata que a intenção de promover a ação realizada na manhã dessa quarta-feira, 21, surgiu há pouco mais de 15 dias, durante uma reunião com representantes da Brigada Militar, entre eles o novo comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), coronel Oberdan do Amaral. Em poucos dias, com ajuda coletiva, tudo ficou pronto para transformar a ideia em realidade.

“Escolhemos a Travessa Steigleder por ter uma forte atuação de Segurança, tentando diminuir o número de ocorrências. E dessa vez tivemos a ação denominada ‘Mudando as Manchetes’, em vez de manchete negativa hoje se tem manchetes positivas”, explica Rogério.

A iniciativa também teve apoio de uma agente de saúde, que junto com a Cufa foi às residências para identificar as necessidades dos moradores e entregar cartões que mais tarde puderam ser trocados pelas cestas básicas. “A organização visou contemplar todos os moradores que aceitaram receber a doação”, conta o coordenador.

 

Parceria que fortalece a ação

O coordenador da Cufa, Rogério Santos, destaca a importância das parcerias com as forças de Segurança, em especial com a Patrulha Maria da Penha, coordenada pela soldado Aline Paim. “O pessoal da Patrulha sabe onde estão as mulheres vítimas de violência e podem levar doações até elas. A troca de informações entre a Cufa e a Patrulha é muito importante”, salienta.

A soldado Paim lembra que a parceria teve início com a instalação da Patrulha Maria da Penha no Município, e desde então só tem se fortalecido. “Hoje, junto com a Cufa, fazemos parte da Rede de Proteção a Mulheres Vítimas de Violência. À medida que há necessidade a gente troca informações e nos ajudamos. A ajuda agora foi além das mulheres atendidas pela Patrulha. A parceria só se fortalece, cada vez mais”, assegura a PM.

A delegada Sandra Guaglioni Neto, da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) também esteve presente. A parceria da Polícia Civil e da Susepe, através do Instituto Penal de Montenegro (IPM), tem sido de grande contribuição ao trabalho social realizado em comunidades carentes no município.

“Nos sentimos felizes em participar de projetos sociais. O nosso perfil de trabalho no Instituto Penal é voltado ao social, estamos sempre buscando a ressocialização dos apenados e buscando prestar assistência para eles e seus familiares”, diz o diretor do IPM, Nairo Resta Ferreira.

“É fundamental mostrar que, além de nos proteger, eles estão preocupados e envolvidos com ações sociais para melhorar a vida dos moradores das nossas comunidades”, acrescenta Santos.

Ajuda que chega em boa hora

Sobrevivendo apenas com o que arrecada da venda de material para reciclagem, a papeleira Marlene de Fátima Rodrigues, 58 anos, assegura que a ajuda chegou em boa hora. Com diversos problemas de saúde, ela e o marido têm enfrentado dias difíceis.  “A gente não tem idade pra se aposentar. Em três meses catando material dá pra tirar uns R$600,00”, relata.

A situação também é complicada na casa de Jussara Melo Santana, 42. Desempregada e com três filhos para alimentar, o único dinheiro ao qual a dona de casa tem tido acesso é o auxílio Bolsa Família. “Esses alimentos vêm numa boa hora. Vai ajudar bastante”, diz Jussara.

Mais jovem e sem filhos, mas com as mesmas dificuldades das demais entrevistadas, Teresinha Jesus, de 23 anos, é pensionista do INSS. Com um salário mínimo, Teresinha sustenta ela e o marido, que atualmente está desempregado. “Esse ranchinho vai ajudar bastante, a gente até tinha que ir ao supermercado, mas agora não vai mais precisar ir. Deus abençoe essas pessoas que ajudam a comunidade”, deseja Teresinha em forma de agradecimento.

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