Montenegro. Dos 12 dados divulgados pela pasta, apenas o estelionato cresceu
Os índices de criminalidade apresentados pela Secretaria Estadual da Segurança Pública, nesta semana, devem deixar a comunidade de Montenegro mais tranquila. Dos 12 itens da lista, na comparação dos dois primeiros meses do ano de 2017 e 2018, sete apresentaram redução, quatro seguiram estagnados e apenas um, estelionato, teve aumento. São 18 casos agora contra cinco no ano passado, ou sejam, aumento de 260%.
Chama a atenção a redução de 23,52% do número de roubos registrada no período: 136 contra 104. Já a quantidade de roubos de veículos caiu de nove para apenas dois. Tanto em 2017 quanto em 2018 não ocorreram latrocínios.
Segundo os indicadores, houve apenas um homicídio no período. Contudo, a polícia investiga dois casos. No dia 5 de fevereiro, o corpo de Nicolas Adrew da Silva, 17 anos, foi encontrado às margens da rodovia, próximo a uma parada de ônibus, na altura do quilômetro 423. Ele tinha uma perfuração de tiro na cabeça. A outra vítima foi Eduarda de Vargas, 16 anos. O cadáver foi achado com diversos disparos no acostamento de uma das alças de acesso à ERS-124 pela BR-386, no sentido Lajeado-Porto Alegre. A 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Montenegro apura os dois casos e a possível relação dos adolescentes com atos infracionais.
O Comando do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) considera positivo o resultado obtido na comparação dos dois períodos. Contudo, o comandante da instituição, major Iber Augusto Lesina Giordano, e o comandante da 1ª Companhia de Policiamento da Brigada Militar de Montenegro, capitão Jederson Dill, lembram a necessidade de dar continuidade às estratégias utilizadas até momento. “Os números ainda são altos, além do aceitável para uma comunidade pacífica. Temos muito trabalho pela frente”, pondera Dill.
O capitão atribui o desempenho a uma série de atividades, como o emprego do policiamento em diversas operações e a integração cada vez mais forte com a Polícia Civil. A liberação de mais horas-extras para os PMs por parte da Secretaria da Segurança Pública e o trabalho de quem cumpre serviço administrativo no policiamento à noite são outras medidas adotadas.
Além disso, os alunos da Escola de Formação e Especialização de Soldados de Montenegro (Esfes) também colaboram com o patrulhamento. Na noite do dia 8, por exemplo, eles participaram de uma fiscalização de trânsito.
Dill cita, ainda, a prisão de autores de crimes. No começo do ano, por exemplo, a BM colocou atrás das grades um indivíduo com inúmeras passagens por furto e, desta vez, ele permaneceu no sistema prisional. “Qualquer prisão de um meliante que atua constantemente interfere nos números da criminalidade”, comenta.
Giordano atribui os resultados obtidos à maneira como o efetivo e as ações são empregadas. “Isso é fruto do trabalho qualificado com o foco no resultado. Estamos sendo mais técnicos e menos empíricos”, comenta. Por outro lado, também faz a ressalva de o estelionato, o único item com piora considerável dos índices apresentados, não fazer parte do grupo criminal priorizado pela corporação.
Estelionato aumenta em épocas de crise econômica
O titular da 1ª Delegacia de Polícia, Paulo Ricardo Costa, salienta que a partir dos dados da SSP será possível projetar medidas quanto aos registros de estelionato. Uma alternativa é a designação de um policial para tratar especificamente desse tema. Para ele, esse tipo de delito demanda uma certa especialização no tema.
Ainda assim, a autoridade policial ressalta a efetividade do trabalho da polícia. “Todos os casos são analisados. Como é um crime que deixa rastro, em muitos deles chegamos à autoria”, revela. Por fim, Costa diz ser comum o aumento do número dos casos quando há crise na economia, pois algumas pessoas buscam saídas fraudulentas para solucionar os problemas financeiros.