Pacotes diferenciados, custo-benefício. Saiba mais sobre a oferta e a procura pelos contratos em Montenegro
Superando a crise econômica que atingiu os diversos setores da economia desde 2014, o mercado de seguros começou 2019 em alta. A nível nacional, apresentou crescimento de 8,4% no primeiro semestre, com destaque especial ao seguro de vida, que vem se popularizando entre os brasileiros. Mesmo assim, ainda é consenso entre os especialistas locais que os números poderiam ser bem maiores.
“Aqui no Brasil, ainda há uma cultura de ‘ah, o incêndio vai ocorrer na casa do vizinho, o vendaval vai estragar a casa do vizinho, o carro do vizinho que vai ser roubado e o meu não’”, opina o corretor montenegrino Carlos Giovelli. Com mais de duas décadas no ramo, ele afirma que essa ideia do “nunca vai acontecer comigo” afasta as pessoas que, sem nem procurar as ofertas do mercado, ficam sem cobertura e com a ideia errada, mas ainda muito difundida, de que contratos do tipo são pouco acessíveis financeiramente.
Não é bem assim. Há variados tipos de seguros que podem ser montados para atender as principais necessidades do consumidor e sem pesar tanto no bolso.
Aí é uma questão de priorização. Se, como no famoso caso que foi notícia nacional, a atriz Claudia Raia fez um seguro de R$ 1 milhão para as próprias pernas, o seu seguro pode servir para cobrir uma preocupação mais imediata, garantindo-lhe a tranquilidade de que, caso um imprevisto aconteça, você não estará totalmente desamparado. Não só das pernas, cabem seguros de tudo o que for coisa. De celulares e computadores até de serviços de engenharia. Mas três deles são os mais populares.
Seguro do carro: o mais caro e o mais demandado
Em Montenegro, assim como na maior parte do País, os seguros de veículos ainda são os mais procurados. “É a primeira coisa com que a pessoa se preocupa”, explica Giovelli.
“Porque o risco é muito grande. Ela pode ter o carro batido, pode ter o carro roubado. Então primeiro é o automóvel e depois que ela vai pensar em seguro de residência ou seguro de vida”. A alta taxa de acidentes de trânsito e roubos não só influencia na demanda, mas também nos valores ofertados. Conforme o corretor, a maior possibilidade de sinistros faz com que segurar um carro seja bem mais caro do que segurar uma casa ou até uma vida, mesmo que, para quem olhe de fora, a ordem de prioridade entre os itens seja bem diferente.
Calculados sobre o risco, os preços variam de acordo com alguns critérios. O modelo do carro, a idade do corretor (se ele é mais ou menos experiente na direção) e o próprio nível de criminalidade da região interferem na precificação. Giovelli calcula que, para Montenegro, o contrato para um carro “médio” com um condutor de meia idade seja fechado por R$ 1.600,00 ao ano. “Essa mesma pessoa vai pagar uns R$ 2.600,00 em Porto Alegre; e uns R$ 3.600,00 no Rio de Janeiro”, exemplifica.
Mas existem tipos e possibilidades que podem baratear esse seguro. A pessoa pode fazer uma cobertura completa, que é mais cara, mas também optar por só cobrir roubos; só cobrir danos causados para terceiros; ou só cobrir os passageiros que estiverem no veículo. Há também os “extras” a serem incluídos ou excluídos de acordo com as possibilidades de contratação. Cobertura de vidros, proteção para fora do país, ou assistência 24 horas com reboque e carro reserva são alguns exemplos.
DPVAT – Falando em seguros, os motoristas têm um custo fixo com o DPVAT, que é um seguro obrigatório pago para obter o licenciamento do veículo. Este existe desde 1974, mas não cobre danos materiais. É um seguro específico para ressarcir as pessoas envolvidas em acidentes, com valores pagos em caso de morte, invalidez permanente ou reembolso por despesas hospitalares.
Seguro de pessoas: modalidade, aos poucos, está se popularizando
Como apontam os números nacionais, a busca pelo seguro de pessoas (cuja modalidade mais conhecida é o seguro de vida) vem crescendo no País. Em Montenegro, conforme a corretora Neusa Saraiva, já se verifica o mesmo, ainda que aos poucos. “Hoje em dia, ele é uma proteção financeira. As pessoas não têm mais como acumular muita riqueza devido às dificuldades do País, então ele está sendo mais valorizado”, coloca a profissional.
Há 23 anos no ramo, Neusa observa que, mais recentemente, até o perfil de quem busca pela modalidade está mudando. “Se percebe uma conscientização maior até entre os jovens, de que pode acontecer algum acidente com eles, então eles buscam isso.”
Dentre as coberturas possíveis do seguro de pessoas está, não só o seguro de vida, que garante um auxílio financeiro para os beneficiários que eram providos pelo falecido, mas também pagamentos nos casos de invalidez por acidente ou doenças graves, despesas médicas e até mesmo desemprego, dentre outros. Os valores variam bastante, também levando em conta que as possibilidades de acionamento são menores do que no caso de problemas com o carro, por exemplo. “Para um jovem, se consegue o seguro de pessoa por até R$ 6,00 ao mês”, revela a corretora. “É algo bastante acessível.”
Seguro de residências: pacote básico pode custar cerca de R$ 180,00 no ano
As ocorrências de vendavais e incêndios que destroem residências pela região vêm atingindo níveis preocupantes. E o ainda pouco procurado seguro residencial existe, justamente, para este tipo de situação. É uma garantia para que, caso algo aconteça, a pessoa não fique totalmente desamparada.
Conforme o corretor Carlos Giovelli, encontra-se no mercado pacotes para apartamentos por R$ 180,00 ao ano, que incluem seguro de R$ 100 mil contra incêndios; R$ 20 mil para vendavais; e R$ 5 mil para danos elétricos. É bem mais em conta do que se pensa. O mesmo, para casas de alvenaria, gira em torno dos R$ 300,00. Para as de madeira, R$ 630,00. A precificação também segue a lógica das maiores probabilidades de incidentes de cada material.
Bastante versáteis, os seguros residenciais também têm opções adicionais. Dentre elas, serviços emergenciais para casos de vazamentos, calhas entupidas, problemas elétricos e afins.
ENTENDA OS TERMOS DO “segurês”:
- APÓLICE – é o documento que firma a contratação da prestação do serviço com a seguradora;
- PRÊMIO – é o valor pago pela apólice. A quantia paga pelo consumidor ao contratar o seguro;
- PERDA TOTAL – ocorre quando os danos ao bem segurado são maiores do que 75% do valor dele;
- INDENIZAÇÃO INTEGRAL – é paga quando o bem sofre perda total. No caso de roubo, cabe quando o bem não for recuperado pela polícia, então o valor precisa cobrir a compra de um bem novo.
- FRANQUIA – é a participação que o segurado tem que pagar quando acionar o seguro. Esse valor já é determinado na apólice. Se for a franquia de R$ 500,00, por exemplo, e o conserto do carro acidentado for R$ 3.000,00, a pessoa vai pagar os R$ 500,00 e a seguradora, os R$ 2.500,00 restantes. Não é cobrado franquia nos casos de roubo ou furto, nem nas solicitações de serviços quando contratada a assistência 24 horas. De modo geral, as seguradoras costumam ofertar franquias “normais”, “reduzidas” ou “ampliadas”. Nessa lógica, quem optar pela franquia mais baixa, acaba com uma apólice mais cara; e vice versa.
Segmento se reinventa com novidades para um novo público
O mundo não para e com o advento das tecnologias e mudanças na rotina das pessoas, o mercado de seguros também passa por algumas transformações. Uma novidade recente são os recém regulamentados “seguros pay per use”. É uma modalidade já oferecida por algumas startups, para veículos, que prevê contratos reduzidos. É seguro por um mês, por um dia, para um trecho ou para apenas uma viagem. Custa menos que um seguro completo.
Modalidade que vem se popularizando no ramo, também, é o seguro contra riscos cibernéticos. Com cada vez mais informações divididas e salvas no mundo digital – a Lei Geral de Proteção de Dados passa a valer no ano que vem – têm muita gente buscando contratos que cubram imprevistos nessa área. A necessidade acabou sendo mais uma oportunidade para as seguradoras.
E entre os corretores – que são a ponte entre seguradoras e o cliente – a transformação se deu na forma como os contatos são feitos. “O mercado de seguros moderno tem que marcar presença onde o consumidor está”, afirma a corretora Neusa Saraiva. “Já desde 2015, aqui nós recebemos cotações que vem de todo o país através de nosso site, pelas redes sociais e pelo WhatsApp. Com as pessoas, hoje em dia, cada vez mais ocupadas, muitas estão preferindo trabalhar com o digital.”A presença online tem rendido bons frutos.