Osvaldo Aranha. Segundo a Prefeitura, a obra do “Condomínio dos Brigadianos” é responsável pelos entupimentos
A Prefeitura se posicionou sobre os recentes alagamentos na rua Osvaldo Aranha, que ocorrem nas proximidades do Campo da Brigada. Após a discussão ter sido reavivada pelas consequências do período chuvoso dos últimos dias, a Administração Municipal foi atrás das causas do entupimento dos bueiros e do barro que passou a tomar conta do trecho. A averiguação apontou as obras do “Condomínio dos Brigadianos” como responsável pelo problema.
O Condomínio – também chamado de Residencial Abamf – está sendo construído no topo da lomba, na quadra entre as ruas Albano Coelho de Souza e Delfina Dias Ferraz. Ambas “descem” em encontro a Osvaldo Aranha. Pensado para dar moradia aos membros da corporação, o projeto começou as tratativas há quase quinze anos. O terreno passou por terraplenagem em 2009, mas só em abril deste ano que as obras efetivamente começaram.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Adriano Campos Chagas, faltou no projeto a instalação de contenções que evitassem que a terra e o barro descesse lomba. “Isso acabou sendo levado pela água da chuva, que tem precipitado com frequência elevada, e entupiu as tubulações da rede de esgoto na Delfina Dias Ferraz. Como resultado, houve o afloramento da água que desce com a colina e se junta ao esgoto”, explica.
Tudo acaba na Osvaldo Aranha, que também ficou com as bocas de lobo entupidas. A cada chuva, as águas tomam conta da via e levantam barro.
A JBFP Urbanizações – empresa responsável pela obra – recebeu uma notificação da Prefeitura na última semana. Adriano conta que houve uma reunião com os responsáveis e membros das secretarias municipais de Meio Ambiente; Viação e Serviços Urbanos; e de Obras e Posturas para definir uma solução. Ele diz que será a própria JBFP que custeará os trabalhos necessários, que já começaram ontem. Será trocada toda a rede pluvial e de esgoto, tanto na Osvaldo Aranha, quanto na na Delfina Dias Ferraz.
Intervenções no local começaram ontem
No trecho em questão, basta chover em grande quantia, que tudo fica alagado e tomado de barro. Muitos dos moradores já até levantaram o nível de suas casas ou construíram barreiras para evitar que a água entre em suas residências. Qualquer que sejam as causas, a busca deles, após tantos anos, é por soluções.
Mesmo com o início das intervenções ontem, dia 6, as esperanças de que a solução seja efetiva são escassas. Em pesquisa realizada nas redes sociais do Jornal Ibiá, dos mais de 100 votantes, 92% disseram não acreditar que o problema será resolvido. Resta aguardar.
Falta consenso sobre as causas do problema
Contatado, um dos sócios da JBFP, Maicon dos Santos, falou sobre o caso. “É um problema antigo, de quase dez anos. Em conjunto com a Prefeitura, nós iremos resolver”, comentou, indicando que a situação ocorre desde o momento da terraplenagem do condomínio, feita em 2009. A declaração acaba contrariando o apontado pelo secretário de Meio Ambiente sobre as recentes chuvas como causa do problema.
De fato, os alagamentos vem de anos, mas a ocorrência da descida do barro e da terra já havia sido constatada e, de acordo com a Prefeitura, solucionada. Em entrevista sobre o caso em outubro do ano passado, o então diretor de fiscalização de Obras e Posturas, Jackson Santos de Oliveira, afirmou que, após uma aproximação com os responsáveis pelo Loteamento, foram instaladas “pedras rachão” que resolveram o problema. “Essa situação já foi resolvida há algum tempo”, disse.
Na ocasião, Jackson explicou que, em dias de grandes enxurradas, um barro já acumulado nos bueiros subia, causando os alagamentos. A falta de um consenso sobre o caso também envolveu o vereador Talis Ferreira (PR), que, contatado pelos moradores que queriam uma solução, buscou se interar sobre o caso. Em recente entrevista, ele explicou a constatação de outra causa para o problema. “É um problema de mais de 30 anos. Aquela tubulação é muito pequena para a quantidade de moradores que vive lá na Osvaldo Aranha”, disse.