CHUVA torrencial na quinta-feira trouxe transtornos em diversos bairros
Um período de chuva torrencial, sobretudo no meio da manhã da quinta-feira, dia 26, causou inundações em diversos bairros de Montenegro. No Centro houve alagamentos surpreendentes, pois não ocorriam antes da catástrofe climática de maio. Um exemplo é o trecho na rua João Pessoa próximo a esquina com a Santos Dumont, onde um centro comercial ficou isolado. Na parte baixa do bairro quase todas as vias tiveram inundações e consequen trânsito interrompido.
O maior dano foi na rua Capitão Porfírio, onde o conduto subterrâneo não deu conta da vazão e rompeu na quadra entre as ruas Olavo Bilac e São João. A partir da rua Osvaldo Aranha até a rua Julio de Castilhos todas os cruzamentos estavam inundados. O ponto de colapso está sinalizado e há restrição de meia-pista ao trânsito. A Secretaria de Obras Públicas fará uma vistoria no local para definir o que pode ser feito para minimizar o problema.
Também houve alagamentos nas proximidades do Supermercado Nacional, esquina da Osvaldo Aranha com a Bento Gonçalves; em vias do bairro Ferroviário; e na Santos Dumont no largo da Praça Leonel Brizola (dos ferroviários). O relatório parcial da Defesa Civil de Montenegro registra 29 residências com problema de telhado, mas sem moradores desalojados.
Rua Evangelista sofre com inundações
Bastou uma “bomba d’água” para os moradores da rua Evangelista João Batista Claro, no bairro Aeroclube, ficarem novamente ilhados nos pátios. Há dois anos, ao menos, que a tubulação não dá mais vazão ao córrego, que transborda e invade as casas. O morador Jorge Emir Ferreira afirma que há protocolo na Prefeitura e uma promessa da Administração Municipal que fará uma obra para resolver o problema.
“Faz uns três meses que estiveram aqui e prometeram pra nós que iriam fazer um desvio”, declarou. Seus vizinhos corroboram com a informação de ter sido apresentado projeto e garantia de verba para a obra. Com 20 anos neste endereço, dona Almeri Oliveira garante que as inundações não eram rotina. “Minhas coisas todas estragaram! Dos meus armários não tenho mais nada, estragou tudo”, lamentou.
Chuva acumula foi excepcional
O acumulado de chuva em 24 horas foi anormal. Segundo medição do escritório da Emater – no Centro de Montenegro – de quarta-feira até as 7h30min da quinta-feira foram 32 milímetros (mm); enquanto apenas no período até as 14h30min do mesmo dia choveu mais 39 mm. Ou seja, em 7 horas choveu mais do que nas 24 horas anteriores.
Conforme prognóstico da MetSul Meteorologia, o Rio Grande do Sul enfrentou uma semana com volumes de chuva com acumulado de 318 mm (até às 9h desta quinta). Nesta sexta-feira, 27, as regiões Norte e Nordeste do estado ainda têm chance de chuva. O ingresso de ar seco faz com que o tempo firme no final de semana, inclusive com abertura de sol entre nuvens. A chuva retorna na segunda-feira, 30, e todos ou quase todos os dias da semana que vem apresentam chance de chuva no Rio Grande do Sul.
Empresa também é inundada
A comunidade da Rua Evangelista João Batista Claro associa a situação à construção de uma empresa na rua Antônio Ignácio de Oliveira Filho, cujo aterro teria jogado o volume de água em sua direção. No entanto, o funcionário Rafael Lampert aponta que a distribuidora também sofre com transbordamento do córrego, ao ponto de quase ter o pavilhão inundado. Na manhã da quinta-feira a água cruzava na parte mais baixa do pátio, despejava na rua Antônio Ignácio e corria para o bueiro na esquina com a Evangelista.
Lampert é filho do proprietário, e recorda que antes de construírem, o terreno era alagado. Ele também relatou a existência do projeto da Prefeitura para colocar tubulação ao lado do terreno da empresa. A comunidade pondera ainda que o problema está ao longo do curso d’água, visível na passagem estrangulada sob a rua Antônio Ignácio.
Prefeitura reitera obra no Aeroclube
Em relação aos alagamentos, a Administração Municipal ressalta que foram provocados por “enxurrada de intensidade incomum”, de 30mm em menos de uma hora, praticamente um terço da média para o mês. Mas admite que as redes pluviais são antigas e defasadas em relação à crescente construção de prédios. A solução, segundo o governo, é a elaboração do Plano de Saneamento, que está em fase de contratação. Ele permitirá evoluir para um programa de ampliação e substituição destas redes, e cronograma permanente de limpeza de arroios e galerias.
Em relação ao conduto, ressalta que a tubulação recebe águas de um dos maiores cursos hídricos do município, o Arroio Montenegro. “Quando da construção, há cerca de 15 anos, acredita-se que não foi dimensionado corretamente para a pressão da água durante as enxurradas”, diz a nota, enviada pela assessoria de imprensa.
Quanto às inundações na Rua Evangelista, a Prefeitura reitera que vai canalizar o curso d’água e direcionar para ele as redes de drenagem das imediações. A licitação está em fase de habilitação das empresas, com previsão da obra iniciar neste ano.
