Comunidade montenegrina pede mais policiamento nos bairros

Moradores reclamam da redução no número de rondas feitas pela Brigada, principalmente à noite. Mas o 5º BPM reitera que a estratégia não foi alterada

Moradores de diferentes bairros de Montenegro relatam o aumento da insegurança, diante da redução das rondas realizadas pela Brigada Militar (BM), especialmente à noite. Por outro lado, a Corporação nega que tenha ocorrido redução na presença de guarnições nos locais.

A atendente de mercado Valéria Ribeiro, 49 anos, trabalha na rua Getúlio Vargas e mora na José de Sá Brito, no bairro Santo Antônio. Em dezembro do ano passado, o comércio onde ela trabalha foi arrombada durante a madrugada. A BM foi chamada e conseguiu agir, prendendo o casal responsável pela ação. Desde então, outros fatos semelhantes e assaltos foram registrados na comunidade.

Valéria diz que durante o dia não tem medo de andar pelas ruas do Santo Antônio. Mas à noite, a situação muda de figura. “No escuro, a gente não vê quem está nas esquinas. Fazem grupinhos de pessoas e isso dá uma certa insegurança na gente”, conta. Para ela, a presença de viaturas da Polícia Militar circulando dispersaria as pessoas que ficam em atitudes suspeitas pela rua. Contudo, de acordo com a vendedora, é raro encontrar Brigada Militar por lá. “É difícil a gente ver eles passarem. A gente vê eles quando alguém chama, fora isso, acredito que eles nem passam por aqui”, explica.

A dona de casa Laura Müller, 65, moradora do Santo Antônio há 25 anos, acredita que se a PM passasse mais vezes inibiria o uso de drogas em terrenos baldios. Contudo, ela diz que se sente segura onde mora, até porque sua casa é totalmente gradeada e protegida pelo cão da família.

“Não tem segurança. A gente não vê a Polícia”
A Vila Esperança, no bairro Senai, é conhecida em Montenegro, principalmente, por questões que envolvem o tráfico de drogas. Mas, nos últimos tempos, a área também vem registrando aumento de casos de assaltos e arrombamentos nas residências. Jenifer da Silva Alves, 24, trabalha em um ponto comercial, e acredita que a comunidade “até é tranquila”, levando em conta a falta de policiamento. “Não tem segurança. A gente não vê a Polícia”, afirma.

Jenifer relata que os usuários de drogas nunca criaram problemas no trabalho dela. “Os caras se drogam no canto deles. Eles vêm aqui, compram mercadorias e não fazem nada pra gente. Mas claro, que se tivesse Polícia era muito melhor”, avalia.

Já em outro estabelecimento, localizado a poucos metros de distância do trabalho de Jenifer, na rua Juvenal Alves de Oliveira, o relato muda bastante. A família de Jéssica Kussler dos Reis foi vítima em dois roubos, ambos na mesma semana. A jovem relata que na ocasião a Brigada Militar foi muito eficiente. Além disso, durante algum tempo, os policiais passavam com frequência em frente ao minimercado. Mas agora, tem sentido a ausência das guarnições. “Me sinto completamente insegura”, relata a moça, ainda traumatizada com o que aconteceu.

nunes sai de casa na incerteza de um retorno em segurança

Quem também não está se sentindo seguro no bairro que escolheu para viver é Osmar Nunes, 53, morador da rua dos Sinos. “Depois de algumas prisões feitas aqui no bairro, as coisas melhoraram. Mas agora a polícia não tem passado muito por aqui”, afirma. Segundo ele, houve dias em que as viaturas rondavam quatro vezes por dia. Agora, não pode afirmar que passam uma vez. Nunes reitera que a noite a venda de drogas agita a Vila. “Quero que a Brigada volte a passar como antes”, suplica.

Brigada Militar afirma que não houve redução nas rondas
De acordo com o comandante do 1º Pelotão da Área Central de Montenegro, tenente Luis Carlos Martins Guithon, não houve mudanças em relação à quantidade de rondas efetuadas nos bairros da cidade. Ele explica que existe uma planilha de controle sobre as ações realizadas na periféria e no Centro, e que esta não sofreu nenhuma alteração.

Conforme o comandante, as viaturas circulam pelos bairros onde há maior demanda no policiamento cerca de três vezes ao dia, e também quando solicitado pela população. “Na área comercial sempre vai ter mais policiamento. Não temos como colocar uma viatura em frente a cada casa. O policiamento está sendo feito diuturnamente”, assegura o tenente.

A Brigada Militar recebeu, recentemente, reforço de cinco policiais. O retorno dos brigadianos que antes de se aposentar atuavam na Penitenciária Modulada se deve ao programa Mais Efetivo. O projeto da Secretaria de Segurança Pública (SSP) traz servidores da reserva de volta as atividades administrativas e de serviços penitenciários, liberando ativos.

Guithon projeta que a situação da segurança no município deve ser aprimorada nos próximos dias. A contratação de policiais temporários, para funções internas, permitirá o retorno de 13 PMs às ruas. “A tendência é só melhorar”, afirma o tenente.

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