A comunidade católica de Faxinal, interior de Montenegro, não pôde homenagear Nossa Senhora Aparecida com um evento nos moldes já tradicionais que era marca registrada da época. A pandemia não deixou. Nesse ano, não houve a tradicional cavalgada, nem a festa após o almoço que tanto animou a localidade. Os festejos neste domingo, dia 11, se deram num formato menor, mas, nem por isso, menos significativos. É que em tempos difíceis como o atual, a devoção na santa padroeira do Brasil é ainda mais forte, como garante a aposentada Talia Kerber, que trabalhou como uma das organizadoras. “A fé é muito maior”, resume.
A senhora de 68 anos de idade nem lembra desde quando a relação de devoção com Nossa Senhora Aparecida iniciou. “Eu acho que desde que a gente aprendeu a ter fé”, comenta. “Hoje, como eu sou sozinha, em dia de tempestade, eu boto a imagem dela na minha frente, rezo e peço para ela me proteger. Nunca fiquei na mão.”
E é movida por essa crença que dona Talia acompanha os festejos no Faxinal desde que eles iniciaram há cerca de duas décadas. “No começo, nós fazíamos as festinhas na Igreja Evangélica, porque aqui não tinha nada. Depois conseguimos o pavilhão e era tudo nele, com o altar no cantinho”, recorda. Ano após ano, o trabalho e o apoio da comunidade na promoção dos almoços, chás e demais eventos foram permitindo que a comunidade católica crescesse e se desenvolvesse; hoje já com uma bela capela para chamar de sua. “A gente foi batalhando”, completa a fiel.
Sem a parte da cavalgada, o que ocorreu neste domingo foi a carreata em homenagem a Aparecida; rito que envolveu cerca de 60 pessoas divididas entre motocicletas e carros. O grupo saiu do Faxinal, junto da imagem, também em um trajeto um pouco mais reduzido do que em anos anteriores. Acessou a RSC-287 pela Estrada Selma Wallauer; foi pela Ramiro Barcelos até a Osvaldo Aranha; de lá, subiu a lomba da Brigada até acessar a Buarque de Macedo e, de lá, voltou à igreja.
Em sua moto, a aposentada Marili Dias, de 53 anos de idade, acompanhou a imagem de Aparecida de perto durante todo o trajeto. Também muito devota, ela que comprou o manto que cobre a santa em uma das quatro viagens que já fez à Basílica de Aparecida em São Paulo. “Eu venho aqui todos os anos. Às vezes, a procissão era feita abaixo de chuva, então eu até brinquei que iria comprar para manter ela bem aquecida. Liguei de lá para saber as medidas e trouxe”, conta a motociclista.
Na chegada da carreata, foi celebrada uma missa, respeitando os protocolos de saúde para o funcionamento das celebrações religiosas; e o tradicional almoço foi vendido apenas para retirada. 300 viandas com galeto foram preparadas para os fiéis.