Sob as sombras das árvores, dezenas de pessoas reuniram na manhã deste domingo, 24, para celebrar os 112 da Igreja Católica Santa Catarina, em Linha Catarina, interior de Montenegro. Com a capela em reforma, a missa de comemoração ao aniversário foi celebrada ao ar livre para os fiéis da localidade, que se orgulham da história de uma das primeiras igrejas do município. Após a celebração, um almoço colonial e baile deram continuidade à programação.
Durante a missa, o padre Genico Schneider ressaltou a importância da união das famílias dentro das comunidades. “A nossa igreja completa mais um ano de história, mas isso só foi possível graças à comunhão de cada um de vocês”, ressaltou o sacerdote que, em clima de festa, pediu uma salva de palmas para todos os presentes. “Se a família está reunida e dentro de casa existe amor, tudo acontece segundo a vontade de Deus”, completou.
Além do aniversário da Igreja que leva o nome da Santa Catarina, o evento também antecipou as comemorações da padroeira da comunidade que acontece amanhã, 25 de novembro. “Essa é uma forma de motivar as próximas gerações para que elas sigam no caminho da fé”, disse o coordenador da comunidade Gerdiel Griebler, que ainda lamentou a situação de algumas capelas nos interiores da cidade.
“As capelas são espaços muito importantes dentro das comunidades, mas o que estamos percebendo é que pouco a pouco elas estão sendo abandonados, e isso é muito triste. Nosso intuito hoje é, além de celebrar, arrecadar fundos para concluir a reforma da nossa igreja, já que todo o valor será destinado à obra”, detalhou Griebler.
Nascido e criado na comunidade, o aposentado Jacó Pedro Müller,77, conta que nem sempre a igreja foi como é conhecida atualmente. “Naquela época, ela foi construída manualmente pelas famílias daqui, não existiam esses recursos de hoje em dia, então era tudo na mão com a ajuda dos bois”, explica o aposentado, bastante conhecido como guardião do passado da comunidade.
Preciso com datas e cronologias dos fatos, seu Jacó comenta que, assim como as construções, as relações com a igreja e seus representantes também eram diferentes. “Os padres estavam sempre envolvidos com a comunidade, como por exemplo, eram os responsáveis por trazer as novidades da cidade e ajudavam na educação dos fiéis”, comentou o aposentado. “A igreja ajudou no desenvolvimento da comunidade e, dessa forma, as pessoas eram introduzidas na religião”, completou.
O coral de música é outra lembrança especial que o montenegrino guarda quando o assunto é a Igreja Católica Santa Catarina. “Nós tínhamos um coral que cantava em alemão e, quando morria alguém, eles iam ao velório prestar uma homenagem”, revela Müllier, descente de imigrantes alemães.