Pais apelam para a conversa com o intuito das listas escolares caberem no orçamento
Chegou fevereiro, o mês que os pais têm uma despesa extra: a compra dos materiais escolares. Os pequenos já planejam quais personagens querem estampados em seus estojos e cadernos, além dos diversos itens que dão aquele toque especial durante as aulas. Entretanto, os pais nem sempre podem levar tudo como é desejado. É aí que entra a negociação das compras.
O comércio ferveu nesse primeiro fim de semana do mês. As famílias tiveram que se espremer entre os corredores para conseguirem vencer as longas listas fornecidas pelas instituições de ensino. Segundo uma vendedora, o que mais bomba entre os pais são as promoções. Cadernos, lápis de cor e folha de ofício são os queridinhos quando o assunto é estar com o preço baixo.
Maria Cassiane dos Santos resolveu não levar a filha, Tais Luiza Oestreich, 4, para as compras. “Tudo que ela vê, quer pegar”, explica. A pequena está indo para a pré-escola e a mãe já achou a lista bem longa. “É muita coisa”, comenta. Antes de sair de casa, Tais ainda fez um pedido para mãe, queria as ‘canetinhas coloridas’ e Maria garante que o que der para comprar, ela vai. “Quando eu chegar, vou mostrar pra ela, depois tem que guardar dentro da mochila, senão começa as aulas e não tem mais nada”, explica, rindo.
Comprar material escolar para os pequeninos pode não ser tão fácil, mas quando eles são um pouco maiores, as exigências também aumentam. Ainda bem que no caso de Luiz Alexandre Oliveira, funcionário público, a filha mais velha, Renata, 19, ajuda nas escolhas da mais nova, Júlia, de 10. “Vamos ver o que a gente achar e puder levar, levamos”, conta ele. O pais das duas meninas são separados, e a tarefa do material ficou com ele. “Geralmente quando ela quer, a gente compra”, explica Oliveira. E o que Júlia mais queria esse ano era uma mochila. A irmã mais velha auxilia nas escolhas da pequena, que se empolga em meio às opções. “Tento ver o que não precisa. Faço ela escolher”, explica Renata. Estudante do 5º ano, Júlia adora que a irmã faça essa tarefa. “Gosto porque ela me dá juízo”, diz.
É hora de negociar
Quem passava no corredor dos lápis de cor encontrava a mãe Cristina Fonseca, autônoma, negociando com a pequena Nicole Carvalho, 7. “Por ela, quer tudo de personagem”, comenta Cristina. As duas cedem um pouco. A mãe deixa Nicole escolher alguns itens que quer muito, como uma mochila específica de lantejoulas. “Eu queria a mochila de lantejoulas mágicas. Era o que eu mais queria”, comenta a pequena.
Indo para o 2º ano do Ensino Fundamental, Cristina achou muito extensa a lista de materiais. “Achei bastante coisa”, diz. Para tentar fazer tudo caber no orçamento, a autônoma vai calculando a melhor forma de economizar em todos os itens.
No caso de Karine Atkinson de Souza, massoterapeuta, o pedido vem duplo. Súria de Souza de Paula, 6, e o pequeno Pedro Henrique, 3, já estavam preparados para as compras, mas, a negociação com a mãe acontece com o famoso “não”. Entretanto, algumas coisas que eles querem muito, Karine deixa levar, como é caso do estojo do Baby Shark, que Pedro amou. “Ele se grudou nele então vou ter que levar”, explica.
No caso de Súria, ela desejava todo o material no tema unicórnio, mas, acabou fugindo um pouco do tema. Em relação às listas, Karine comenta que, surpreendentemente, a creche em que Pedro está, pede mais itens que a escola de Súria. “Eles pedem mais pequenas coisinhas”, finaliza.